Tramita no Parlamento alemão um projeto de lei para que o glifosato, agrotóxico desenvolvido pela Bayer, seja proibido nas produções agrícolas do país europeu até 2024. A informação foi publicada pela agência Reuters na última quarta-feira (10).
O glifosato é o princípio ativo do RondUp, agrotóxico mais vendido no mundo. Em 2015, após uma série de estudos sobre a segurança da substância, a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (Iarc) da Organização Mundial de Saúde (OMS) concluiu que o glifosato era “provavelmente cancerígeno” para humanos.
O pesticida era produzido pela agroquímica Monsanto, comprada pela Bayer por US$ 66 bilhões (o equivalente a R$ 275 bilhões) em 2018, a consolidando como o maior grupo de agrotóxicos e transgênicos do mundo.
Em comunicado oficial, Svenja Schulze, ministra do Meio Ambiente da Alemanha, comemorou o andamento do projeto.
“A data de banimento do glifosato está chegando, após muito tempo de trabalho dos conservacionistas. O glifosato mata tudo o que é verde e tira a base dos insetos para a vida”.
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A lei precisa ser aprovada no Parlamento e no Conselho Federal, composto por 16 governos regionais. A previsão é que o processo leve meses para chegar ao fim.
Enquanto grande parte dos países da União Europeia proíbe a venda de substâncias altamente nocivas à saúde humana e, principalmente, ao meio ambiente, o Brasil se consolida como terreno fértil para o lucro de grandes empresas estrangeiras.
Estudo do Greenpeace Alemanha, divulgado no ano passado, mostrou que mais da metade dos agrotóxicos vendidos ao Brasil por multinacionais como Bayer e Basf é classificada como extremamente perigosa no continente europeu.
Ingredientes ativos como o Fipronil, Imidacloprid e Clorpirifós, destaques de vendas das empresas alemãs, são altamente tóxicos para as abelhas brasileiras, que diariamente estão sendo exterminadas por consequências do uso destes pesticidas.
Em 2018, por exemplo, somente o Fipronil foi indicado como principal responsável pela morte expressiva de abelhas no Rio Grande do Sul. A substância está banida desde 2013 em todo o continente europeu.
Edição: Leandro Melito