INÍCIO DO CHAVISMO

Venezuela homenageia Chávez nos 29 anos da rebelião liderada pelo ex-presidente

Dia da Dignidade Nacional relembra movimento organizado por Hugo Chávez em 1992 para derrubar governo de direita

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Diosdado Cabello, que participou do levante de 1992 e hoje é deputado, lidera ato de homenagem aos 29 anos do assalto ao quartel da montanha, comandado por Hugo Chávez - Nawseas

A Venezuela comemora hoje 29 anos do assalto ao quartel da montanha, agora conhecido como quartel 4F, uma rebelião militar liderada por Hugo Chávez para colocar fim a um sistema bipartidário de direita , que comandava o país há mais de 30 anos. 

Organizados por Chávez, no Movimento Bolivariano Revolucionário-200 (MBR-200), um grupo de 2.056 militares, a maioria soldados, rebelou-se em armas para tentar derrotar o governo do presidente Carlos Andrés Pérez, que administrou o país até 1993.

De acordo com o plano, enquanto o presidente voltava da reunião do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, em 1992, três frentes atuariam: uma tomaria a residência oficial, La Casona, chefiadas por Miguel Rodríguez Torres, enquanto outro grupo, comandado por Chávez, tomaria o Museu Histórico Militar, na favela 23 de janeiro, atualmente conhecido como Quartel da Montanha, base militar no coração de Caracas. O último grupo assaltaria o Palácio Presidencial de Miraflores.

Depois de horas de enfrentamento, terminaram derrotados pelas forças oficiais, com vários detidos, entre eles o próprio Chávez. Em seu primeiro discurso declarou sua total responsabilidade pelo movimento e entrou para a história como o início do processo revolucionário venezuelano: “Por agora os objetivos a que nós nos propusemos não puderam ser alcançados na capital (...) Virão novas situações e o país deve tomar definitivamente um rumo melhor (...) Assumo a responsabilidade desse movimento militar bolivariano”.


Ex-combatentes e companheiros de Chávez relembram os dias de insurgência contra o governo de Carlos Andres Pérez em 1992. / Nawseas

Neste 4 de fevereiro, ex-combatentes se reuniram em um ato para recordar o evento. A atividade aconteceu no Quartel da Montanha, onde está o túmulo do ex-presidente Chávez. 

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"Nós mostramos que era possível, éramos poucos soldados e juntos mudamos o destino deste país. Não nos alçamos contra um governo democrático, nos alçamos contra o imperialismo que mandava aqui", afirmou Diosdado Cabello, que esteve junto a Chávez na rebelião militar e hoje é deputado e líder da bancada do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) na Assembleia Nacional. 


O quartel da Montanha ou quartel 4F foi o posto de comando de Chávez no levantamento de 1992 e hoje é onde repousam seus restos mortais / Michele de Mello

Cabello também recordou que cerca de 11 mil jovens foram assassinados pela repressão do Pacto de Punto Fijo, aliança entre os partidos Ação Democrática, Copei e União Republicana Democrática, que governou o país de 1958 até 1998, quando Hugo Chávez venceu as primeiras eleições presidenciais. 

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O acordo foi selado na cidade de Punto Fijo, capital do estado Falcón, depois que os líderes dos três partidos se reuniram em Washington para definir os detalhes da aliança. 

Para os venezuelanos, o Dia da Dignidade Nacional marca o início do bolivarianismo no país. "A rebelião do 4F marcou o caminho de luta, pelo qual transitamos hoje, com Chávez à frente e em união cívico-militar", disse o presidente Nicolás Maduro ao recordar a data.

Edição: Rogério Jordão