Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, o maior da rede pública de Manaus, capital do Amazonas, suspendeu os novos atendimentos na manhã desta sexta-feira (15), devido à superlotação causada pelos casos de covid-19, segundo funcionários da unidade.
Com isso, somente casos muito urgentes, como vítimas de tiros e acidentes graves serão atendidas. “Está morrendo muita gente, e o 28 hoje já fechou”, afirmou uma funcionária que prefere não se identificar.
Relatos de familiares de pacientes internados por covid-19 e profissionais da saúde em Manaus indicam que a situação se agravou desde a manhã desta quinta-feira (14) devido à escassez de oxigênio. Dados da Prefeitura de Manaus indicam que em 24 horas foi usada a quantidade de gás normalmente consumida em 10 dias.
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Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Vianna, em um vídeo publicado na internet, pacientes estão sendo mantidos vivos “pelo esforço dos profissionais médicos, enfermeiros e técnicos”.
“Uma situação terrível que nós temíamos e denunciamos. Nesse momento, faço um apelo a todas autoridades que se unam para que possamos de forma emergencial encontrar solução. Transportar oxigênio de outros estados em caráter de guerra é uma necessidade para salvar vidas”, afirmou nas redes.
De acordo com o boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgado às 18h desta quinta-feira (14), foram registrados 5.920 óbitos e 223.360 casos da doença no estado do Amazonas. Somente na semana do dia 3 a 9 de janeiro, foram registrados 344 óbitos, sendo que na semana anterior, de 27 de dezembro a 2 de janeiro, foram contabilizadas 152 mortes.
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A alta também pode ser observada no número de novos casos da doença. Entre 3 e 9 de janeiro foram 11.129 novas pessoas infectadas e, na semana anterior – 27 de dezembro a 2 de janeiro – foram 5.930. Menos que a metade.
Diante dos acontecimentos das últimas horas, o governador Wilson Lima (PSC) decretou toque de recolher em Manaus, das 19h às 6h, pelo período de dez dias, a partir desta quinta-feira. Segundo Lima, está ocorrendo “algo sem precedentes no estado do Amazonas", principalmente em relação à dificuldade para conseguir insumos e, mais especificamente, aquisição de oxigênio.
Edição: Leandro Melito