DEMOCRACIA

Justiça eleitoral do Peru confirma 12 chapas para disputar presidência do país

Depois de derrubar dois presidentes em uma semana, peruanos terão eleições gerais em 11 de abril

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

Ouça o áudio:

Mais de 3 mil candidatos já foram inscritos para as eleições gerais peruanas marcadas para 11 de abril - Andina

Um total de 12 chapas foram confirmadas, nesta segunda-feira (11), para disputar a presidência do Peru nas eleições gerais de 11 de abril. Ao total, o Jurado Eleitoral Especial (JEE) recebeu 22 inscrições de chapas. No entanto, dez grupos não cumpriram com os pré-requisitos ou permanecem sob análise. Os partidos podem recorrer da decisão do poder eleitoral até 10 de fevereiro. O país é regido por um sistema parlamentar, portanto o processo eleitoral irá renovar toda a composição do Legislativo, incluindo a presidência.

Continua após publicidade

Pelo partido Morado, do atual presidente, Francisco Sagasti, foram inscritos Julio Guzmán, Flor Aidée Pablo Medina e o próprio mandatário. A ala mais conservadora, representada pelo partido Força Popular, inscreveu Keiko Fujimori, Luis Fernando Galarreta Velarde e Carmen Patricia Juárez Gallegos, apesar de que Keiko Fujimori, filha do ex-ditador peruano, já foi presa e enfrenta processo judicial, acusada de crimes de corrupção. 

:: Veja a lista completa dos candidatos ao congresso do Peru ::

O partido aprista, do ex-presidente Alan García, irá concorrer com Nidia Vílchez, Hildebrando Hidalgo Romero e Olga Cribilleros. Enquanto Yonhy Lescano, Gisela Tipe de la Cruz e Luis Alberto Velarde Yáñez foram postulados pelo partido Ação Popular, organização que ocupou mais vezes a presidência na história peruana. 

Daniel Salaverry, Matilde Fernández Flórez e Jorge Luis Pérez Flores, do partido Peru Firme, constituem a chapa apoiada pelo ex-mandatário Martin Vizcarra, destituído em novembro pelo congresso. 

Já pelo campo progressista, Verónika Mendoza, José Antonio de Echave Cáceres e Luzmila Yalu Ayay são as apostas da aliança Juntos Pelo Peru. 


Verónika Mendoza, do partido Juntos Pelo Peru, é a favorita dentro do campo da esquerda para as eleições gerais / Reprodução

Nas chapas presidenciais, a cabeça de chapa é o candidato à presidência; já os demais são candidatos a vice-presidente. 

Mais de 3 mil candidatos às eleições legislativas foram inscritos. Desse total, 215 enfrentam processos por delitos como furto, violência familiar e falta de pagamento de pensão alimentar. 

A campanha já iniciou e o Jurado Nacional Eleitoral (JNE) solicitou ao Ministério de Saúde estabelecer protocolos sanitários para evitar a propagação da covid-19 durante o período eleitoral.

Covid-19 no Peru

A nação acumula 1,03 milhão de infectados e 38.280 falecidos pela covid-19, segundo o Ministério de Saúde. O Peru é o país com maior taxa de mortalidade por coronavírus da América Latina, com uma média de 118 falecidos para cada 100 mil habitantes. O Executivo está em negociações com a China para adquirir a vacina desenvolvida pela Sinopharm. Foi anunciada a compra de 38 milhões de doses. No entanto, ainda não há previsão de início de vacinação.

Constituinte 

Movimentos sociais peruanos exigem que essas eleições tenham uma segunda urna para iniciar um processo constituinte que altere a atual carta magna, promulgada durante a ditadura de Alberto Fujimori, em 1993.

Os protestos iniciaram para denunciar um golpe parlamentar que tirou Martin Vizcarra da presidência e continuam reivindicando a reforma constituicional. 

As eleições gerais irão renovar um parlamento atualmente fragmentado, composto por dez partidos, sem uma maioria expressiva de nenhuma sigla.

Edição: Camila Maciel