Peru

No Peru, fujimorismo perde espaço e composição do Congresso será fragmentada

Com 80% das urnas foram apuradas, resultados preliminares mostram que nenhum dos 10 partidos conseguirá maioria absoluta

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Alberto Fujimori cumpre sentença de 25 anos de reclusão por crimes cometidos contra a humanidade e corrupção
Alberto Fujimori cumpre sentença de 25 anos de reclusão por crimes cometidos contra a humanidade e corrupção - Foto: Ernesto Benavides/AFP

A população peruana elegeu novos parlamentares no último domingo (26). Os resultados preliminares indicam que a nova composição do Congresso da República será fragmentada, com dez partidos e nenhum com maioria absoluta.

Com 80% das urnas apuradas, as cifras iniciais indicam que a Força Popular, partido liderado pela líder oposicionista Keiko Fujimori, que detinha mais da metade das cadeiras legislativas, caiu para o quinto lugar. Com apenas 7,1% dos votos, a sigla deve obter somente 12 das 130 cadeiras.  

O partido mais votado até o momento é o Ação Popular, de centro-direita, com 11,8% das cédulas, o que lhe renderá a maioria no Congresso, de acordo com a previsão. Todos os demais partidos receberam entre 5% e 9% dos votos.

O resultado mostra a perda de influência do fujimorismo no país depois do envolvimento de líderes do partido Força Popular em corrupção.

Nas eleições gerais de 2016, a sigla recebeu 36,3% dos votos, conquistando 73 dos 130 assentos. Keiko Fujimori é filha do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000), que atualmente cumpre sentença de 25 anos de reclusão por crimes cometidos contra a humanidade e por corrupção.

A nova configuração do Parlamento pode abrir espaço para o presidente Martín Vizcarra conseguir a aprovação de seu pacote de reformas anticorrupção, que foi rejeitado pelo parlamento de maioria fujimorista dissolvido pelo mandatário em outubro de 2019.

O novo quadro de parlamentares, no entanto, terá vida curta. No próximo ano, novas eleições serão convocadas, a fim de seguir o rito eleitoral.

Edição: Rodrigo Chagas