Criminalização

Justiça britânica nega liberdade condicional de Assange sob pagamento de fiança

Pedido dos advogados do fundador do WikiLeaks foi analisado e recusado nesta quarta-feira (6)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Os apoiadores do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pedem sua liberdade fora do tribunal Woolwich Crown, no sudeste de Londres. - Daniel Leal-Olivas/AFP

A Justiça britânica recusou, nesta quarta-feira (6), um pedido dos advogados do jornalista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, para garantir sua liberdade condicional mediante pagamento de fiança. Esta semana, a juíza distrital Vanessa Baraitser decidiu que ele não deve ser extraditado para os EUA, onde a defesa teme que ele seja assassinado.

Assange está detido na prisão de Belmarsh, no sudeste de Londres, desde 2019. Ele passou os sete anos anteriores na embaixada do Equador, em asilo político.

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O argumento da defesa para pedir a liberdade condicional e a permanência no Reino Unido se baseia nos novos laços familiares construídos por Assange no país, onde ele teve dois filhos com sua companheira Stella Moris. 

Autoridades estadunidenses prometem recorrer da decisão de segunda-feira (4) que negou a extradição aos EUA. Na ocasião, Baraitser bloqueou a extradição afirmando que os procedimentos nas prisões da América do Norte não o impediriam, potencialmente, de tirar a própria vida.

O governo dos EUA acusa o jornalista de violar leis de espionagem e iniciou uma investigação contra ele e o WikiLeaks em 2010. O caso é considerado um emblema da criminalização do jornalismo investigativo.

O WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica postagens de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, com repercussão mundial.

Em 2011, o projeto foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pelo parlamentar norueguês Snorre Valen. O autor da proposta disse que o WikiLeaks é "uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e transparência" no século 21.

* Com informações de The Guardian e Telesur.

Edição: Rogério Jordão