VIOLÊNCIA POLICIAL

"Justiça para Marcelo": homem negro morre após ser baleado pela PM no RJ

Trabalhador de 38 anos foi alvejado por um fuzil na manhã desta segunda-feira (4) no bairro Tijolinho, na Cidade de Deus

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Marcelo Guimarães trabalhava em uma marmoraria e tinha dois filhos - Foto: Tania Rego/Agência Brasil

Moradores da Cidade de Deus, localizada na zona oeste do Rio, acusam policiais militares de executarem um homem negro na manhã desta segunda-feira (4). Marcelo Guimarães, de 38 anos, estava de moto quando foi atingido por um disparo de fuzil. 

Segundo a família, ele estaria a caminho do trabalho após ter deixado o filho de 5 anos na escolinha de futebol do bairro quando foi alvejado. Guimarães trabalhava em uma marmoraria.

A Polícia Militar alega que havia um confronto com traficantes no local, versão contestada pelos moradores, que afirma terem ouvido apenas um disparo. A morte de mais um homem negro, vítima de violência policial, reverberou nas redes fez com que a hashtag #JustiçaparaMarcelo crescesse rapidamente no Twitter.

A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e um Inquérito Policial Militar (IPM) será aberto.

Um vídeo feito por uma moradora mostra o momento em que os policiais saem do local com o veículo blindado conhecido como caveirão. 

Em repúdio à morte,  moradores fecharam a Linha Amarela, no sentido Fundão, por cerca de 25 minutos no início da tarde. Houve também bloqueios na via sentido Barra. 

Também pelo Twitter, a filha de Marcelo fez um desabafo. “Te mataram pai, na crueldade. O senhor era trabalhador, estava indo trabalhar e te mataram”, escreveu a jovem.

O ativista Raull Santiago, que também mora no Rio, lamentou a execução.

“O primeiro dia útil de 2021 escancara um Rio de Janeiro e Brasil que na favela conhecemos muito bem, totalmente racistas, onde a polícia usa dessa estrutura para executar sem dó corpos negros nos endereços periféricos. Toda força do mundo para essa família que hoje fica sem filho, pai, esposo, irmão... que revoltante, Brasil”, escreveu.

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Edição: Leandro Melito