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Sem dar conta do legado de destruição, complexo da Samarco é reativado em Mariana

Retomada ocorre cinco anos após crime que despejou 43,8 milhões de metros cúbicos de lama na bacia do rio Doce

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Escola destruída pela lama na comunidade de Paracatu de Baixo, em Mariana. Cinco anos após o crime, os livros, mesas, carteiras e materiais escolares permanecem em meio à destruição.
Escola destruída pela lama na comunidade de Paracatu de Baixo, em Mariana. Cinco anos após o crime, os livros, mesas, carteiras e materiais escolares permanecem em meio à destruição. - Pedro Stropasolas

A Vale anunciou a retomada parcial das atividades em dois complexos de mineração nos complexos de Germano, localizado em Mariana (MG), e Ubu, em Anchieta (ES), ambos administrados pela Samarco. 

Segundo a Vale, somente 26% das estruturas controladas pela Samarco – administrada em sociedade com a BHP Billiton – foram reativadas, com capacidade capacidade de produção de 7-8 milhões de toneladas de ferro ao ano.

Entenda: Samarco retoma atividades em Mariana sem dar conta do legado de destruição

O retorno ocorre cinco anos após ocorrido em 5 de novembro de 2015, quando 43,8 milhões de metros cúbicos de lama tóxica foram despejados na bacia do rio Doce, justamente a partir do rompimento da barragem do Fundão, localizada no complexo de Germano.

Além das 19 vítimas e dos 860 hectares de Mata Atlântica destruídos, a lama atingiu quatro terras indígenas e mais de 43 municípios O rejeito da mineração contaminou os 675 quilômetros do Rio Doce e seus 113 afluentes. Pelo menos 11 toneladas de peixes morreram.

Assista: Ailton Krenak: “A mineração não tem dignidade, se pudesse continuaria escravizando”

O Brasil de Fato produziu uma série de reportagens retratando a situação das famílias da região de Mariana, cinco anos após o rompimento da barragem do Fundão. 

Os atingidos consideram a reparação insuficiente. Não houve julgamentos e até o momento nenhuma casa foi entregue. Quem foi obrigado a deixar a sua por conta da lama vive em casas alugadas pela mineradora. Outras famílias permanecem em áreas de risco e temem uma nova tragédia.

Especialistas avaliam que o crime só fez aumentar a dependência econômica do município em relação à mineração.

A Vale, porém, informa que, por meio da Fundação Renova, auxiliou 321 mil pessoas e investiu R$ 10 bilhões em programas de reparação definidos em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Assista ao BdF Explica e entenda:

 

 

Edição: Rodrigo Chagas