A Vale anunciou a retomada parcial das atividades em dois complexos de mineração nos complexos de Germano, localizado em Mariana (MG), e Ubu, em Anchieta (ES), ambos administrados pela Samarco.
Segundo a Vale, somente 26% das estruturas controladas pela Samarco – administrada em sociedade com a BHP Billiton – foram reativadas, com capacidade capacidade de produção de 7-8 milhões de toneladas de ferro ao ano.
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O retorno ocorre cinco anos após ocorrido em 5 de novembro de 2015, quando 43,8 milhões de metros cúbicos de lama tóxica foram despejados na bacia do rio Doce, justamente a partir do rompimento da barragem do Fundão, localizada no complexo de Germano.
Além das 19 vítimas e dos 860 hectares de Mata Atlântica destruídos, a lama atingiu quatro terras indígenas e mais de 43 municípios O rejeito da mineração contaminou os 675 quilômetros do Rio Doce e seus 113 afluentes. Pelo menos 11 toneladas de peixes morreram.
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O Brasil de Fato produziu uma série de reportagens retratando a situação das famílias da região de Mariana, cinco anos após o rompimento da barragem do Fundão.
Os atingidos consideram a reparação insuficiente. Não houve julgamentos e até o momento nenhuma casa foi entregue. Quem foi obrigado a deixar a sua por conta da lama vive em casas alugadas pela mineradora. Outras famílias permanecem em áreas de risco e temem uma nova tragédia.
Especialistas avaliam que o crime só fez aumentar a dependência econômica do município em relação à mineração.
A Vale, porém, informa que, por meio da Fundação Renova, auxiliou 321 mil pessoas e investiu R$ 10 bilhões em programas de reparação definidos em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
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Edição: Rodrigo Chagas