Partidos de esquerda e centro-esquerda elegeram prefeitos em 11 cidades de nove estados diferentes neste domingo (29). Ao todo, 57 cidades foram às urnas em 2º turno, e 25 delas com candidatos do campo democrático na disputa. Considerando todos os espectros políticos, os três partidos mais vitoriosos do dia foram PSDB (9), MDB (8) e Podemos (7).
O PT, que hoje não tem nenhum prefeito entre as cem maiores cidades do país, saltará para quatro a partir de 2021: José de Filippi Jr., em Diadema (SP); Marília Campos, em Contagem (MG); Margarida Salomão, em Juiz de Fora (MG); e Marcelo Oliveira, em Mauá (SP).
Também no 2º turno, o PSOL elegeu Edmilson Rodrigues em Belém (PA) e foi derrotado com Guilherme Boulos em São Paulo (SP).
O PDT venceu três das quatro prefeituras que disputou neste domingo. José Sarto triunfou em Fortaleza (CE); Edvaldo Nogueira, em Aracaju (SE); Sergio Vidigal, em Serra (ES). Em Campos dos Goytacazes (RJ), Caio Vianna foi derrotado por Wladimir Garotinho (PSD), que está com a chapa sob judice.
O PSB elegeu João Campos no Recife (PE); João Henrique Caldas, em Maceió (AL), e Rubens Bomtempo, em Petrópolis (RJ). O PCdoB foi derrotado com Manuela D'Ávila em Porto Alegre (RS).
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Para a cientista política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Maria do Socorro Sousa Braga, a eleição 2020 marcou a reorganização do sistema partidário dois anos após a vitória de Jair Bolsonaro (sem partido).
"Os partidos da direita neoliberal, PSDB, PP e DEM, tiveram um avanço significativo, enquanto a esquerda teve certa divisão, especialmente no 1º turno, apesar da unidade em algumas cidades”, analisa.
"O PT continua como partido mais importante do campo da esquerda, embora sem a mesma hegemonia de antes. O PSOL emerge com lideranças importantes, como o Boulos, mas o PT ainda tem uma capilaridade muito maior. Então, a tendência é uma oxigenação maior do campo da esquerda", finaliza.
Edição: Rodrigo Chagas