Moradores do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense enfrentam problemas no abastecimento d'água há 10 dias. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) informou que uma falha na Elevatória Lameirão provocou a redução do fornecimento dos serviços que atingiu 17 bairros da capital fluminense e o município do Nilópolis, na Baixada Fluminense.
A segunda crise hídrica em menos de um ano no Rio já afeta cerca de um milhão de pessoas.
A Elevatória do Lameirão está operando com 75% da sua capacidade. A Cedae deu um prazo de 20 a 25 dias para os motores da unidade voltarem a operar com 100% de sua capacidade.
Ao todo, três dos nove motores da elevatória estão fora de operação. No site da empresa, a companhia afirma que está realizando ações operacionais como manobras no sistema para redirecionar e equilibrar a distribuição de água nas redes de abastecimento – como forma de minimizar os impactos do serviço emergencial.
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Para atender hospitais e outros serviços essenciais, foi montado um esquema especial com oferta de carros-pipa durante este período, porém, a população segue tentando driblar a falta d´água em dias de verão na região metropolitana. Água da piscina, bombas e carros-pipa têm sido a saída encontra por aqueles que estão sendo afetados pelo desabastecimento.
Na última quinta-feira (26), Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DP-RJ) e professores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal Fluminense (UFF) realizaram uma reunião emergencial com a diretoria da Cedae para buscar soluções eficientes para a crise de abastecimento.
No encontro, a companhia se comprometeu com a criação de um gabinete de crise para medidas emergenciais. Segundo o MP-RJ, entre as principais demandas formuladas perante à Cedae, está a necessidade de se ter diagnóstico, contendo identificação georreferenciada das áreas sem abastecimento de água, especificando aquelas que serão abastecidas com caminhão-pipa ou equipamentos análogos, como caixas d’ água ou cisternas coletivas; participação de especialistas de universidades e institutos no gabinete de crise criado e, a título de observador, das instituições MP-RJ e DP-RJ; além de reforço no monitoramento da qualidade da água distribuída.
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No início do ano, o Rio de Janeiro passou por uma das piores crises hídricas. Em pleno verão, milhares de pessoas receberam, por semanas, água com cheiro e gosto ruins. Na época, se pensava que era a geosmina, uma substância produzida por algas, responsável pelas alterações no líquido, porém, um estudo do Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) constatou que a forte presença de esgoto doméstico e também poluição industrial na água que estava sendo fornecida à população.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Rogério Jordão e Jaqueline Deister