Eleições 2020

No 1º debate em Porto Alegre, Manuela e Melo evidenciam diferenças políticas

Candidatos mostraram suas diferenças em relação à passagem para os idosos e à privatização do Mercado Público

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Manuela D´ Ávila (PCdoB) enfrenta Sebastião Melo (MDB) no segundo turno em Porto Alegre - Danilo Christidis

No primeiro debate do 2º turno das eleições para a prefeitura de Porto Alegre, realizado nesta quarta-feira (18), na Rádio Gaúcha, Manuela D’Ávila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB) conseguiram mostrar claramente suas diferenças programáticas. Num ambiente  cordial, eles debateram durante duas horas e focaram em diversos assuntos: pandemia, transporte público, saneamento básico, educação infantil, privatização do Mercado Público e do Parque da Harmonia.

Continua após publicidade

Leia também: Porto Alegre: Manuela D’Ávila (PCdoB) disputa segundo turno com Sebastião Melo (MDB)

Sobre a pandemia, Melo deixou claro que abrirá a economia e todos os serviços e que esperará pelo governo federal para iniciar uma campanha de vacinação, embora deixe livre para as pessoas a adesão ou não à vacina. Já Manuela garantiu que fará a negociação direta da vacina e que não pode acreditar e ficar esperando por políticas do governo federal quando “o próprio presidente comemorou a morte de um voluntário de teste para vacina , desqualificando uma instituição como o Instituto Butantã”.

Manuela garante isenção de passagem para idosos

Na questão do transporte público, Manuela disse que vai retomar o controle público da gestão do transporte e dos preços das passagens. Lembrou que foi em uma licitação feita durante o governo de Melo, na prefeitura, que o controle foi parar nas mãos do empresariado. Reforçou que garantirá a isenção de passagem para os idosos e manterá a Companhia Carris como empresa pública encarregada de balizar as linhas.  “A Carris só deu prejuízo quando foi mal administrada e era a melhor empresa de ônibus do país”, afirmou a candidata.

::Com 17 candidatos no 2º turno, PT e PSOL ganham terreno nas 100 maiores cidades::

Melo, por sua vez, falou em repactuar com os empresários e levantou a necessidade de terminar com as isenções, tanto para os idosos como para os estudantes (meia passagem), e, se preciso, privatizar a Carris.

IPTU entra no debate

Sobre o saneamento básico, o candidato do MDB admitiu que deverá fazer parcerias público-privadas para ampliar o tratamento de esgotos e as estações de tomada de água, a fim de levar o produto a bairros mais distantes como a Lomba do Pinheiro e a Pitinga.

Manuela explicou que o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) é uma instituição pública que tem reservas e créditos e que pode continuar administrando o tratamento de água e esgoto da capital sem recursos privados, pois tem como buscar verbas através de financiamentos.

::Juliana Brizola e PDT declaram apoio a Manuela D'Ávila no segundo turno::

Manuela adiantou que falou com o atual prefeito, Nelson Marchezan Jr (PSDB), para enviar um projeto isentando do aumento de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) em 2021 os pequenos comerciantes e empresários em geral. Seria uma renúncia de arrecadação da ordem de R$234 milhões. É o que a candidata entende como necessário para uma retomada forte da economia na capital gaúcha.

Já Melo disse que enviará projeto à Câmara dos Vereadores, ainda em janeiro, anulando o aumento de IPTU votado este ano, com uma renúncia fiscal de R$78 milhões.  Acha que poderá recuperar os recursos através do aumento da arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) que subirá com a retomada da atividade econômica.

A questão do Mercado Público

Os dois concordaram com a retomada da discussão sobre a Mina Guaíba, megaprojeto que pretende extrair carvão a céu aberto às margens do Guaíba. É algo capaz de  inviabilizar a tomada de água para a cidade, infestando com dejetos da lavagem de carvão, sem contar a poluição do ar. 

Também coincidiram, em parte, com a passagem da administração do Mercado Público para os permissionários (mercadeiros), embora Melo insista que, para terminar a reforma, os comerciantes tenham que contratar empréstimos no valor de R$ 10 milhões. Manuela, no entanto, afirma que o Fundo do Mercado, que coleta os aluguéis dos permissionários, tem condições para tocar a reforma.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Ayrton Centeno