Dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo IBGE apontam certa estabilidade de 2018 para 2019, em níveis elevados, da população abaixo da linha de pobreza, da extrema pobreza e da informalidade no mercado de trabalho. A desigualdade na remuneração entre brancos e negros segue sendo outra característica brasileira que desponta nos dados de pobreza, conforme mostra a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do instituto. Em linhas gerais, o país piorou em relação a 2015, ano anterior ao do impeachment.
De 2018 para 2019, a pobreza, medida pelo critério de renda abaixo de US$ 5,5 por dia, foi de 25,3% para 24,7% da população – eram 23,7% em 2015. Já a extrema pobreza (menos US$ 1,90 por dia) manteve-se em 6,5%, “afetando mais da metade dos nordestinos e 39,8% das mulheres pretas ou pardas”. Esse indicador era de 4,9% em 2015.
Além de atingir parte significativa da população, a pobreza é mais aguda em determinados segmentos. De uma média de 24,7%, que representa quase 52 milhões de pessoas, cai para 14,7% entre os brancos e sobe para 32,3% entre pretos e pardos, que é a classificação usada pelo IBGE. Sobe ainda mais entre mulheres negras (32,8% do total).
Nono país mais desigual
O índice de Gini passou de 0,545 para 0,543 – quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade. Mas o IBGE lembra que o Brasil “é o nono mais desigual do mundo, segundo o Banco Mundial”. Em 2015, esse índice estava em 0,524, em trajetória de queda, interrompida já no ano seguinte. Foi o menor da série.
Entre 2018 e 2019, a taxa de desemprego oscilou de 12% para 11,7%. Em 2015, era de 8,8%. Nesse intervalo, o número estimado de desempregados passou de 8,8 milhões para 12,5 milhões. No ano passado, a proporção dos que estão procurando trabalho há pelo menos dois anos subiu para 27,5%. O desemprego é maior entre pretos e partidos (13,6%) em relação aos brancos (9,2%), menos entre aqueles com mesmo grau de instrução.
Informalidade estrutural
Quatro em cada dez trabalhadores ocupados estavam na informalidade no ano passado, aponta o IBGE. “A informalidade no mercado de trabalho brasileiro, de caráter estrutural, atingia 41,6% dos trabalhadores do país em 2019, ou 39,3 milhões de pessoas. Esse indicador se manteve estável em relação a 2018.” Beirava os 62% na região Norte.
O rendimento médio domiciliar per capita, em 2019, foi calculado em de R$ 1.406. Sobe para R$ 1.720 no Sudeste e R$ 1.701 no Sul para R$ 884 no Nordeste e R$ 872 na região Norte. ” Esse padrão de diferença nos patamares de rendimento domiciliar per capita se alterou pouco desde 2012″, diz o instituto.