Na última terça-feira (20), os moradores do Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, voltaram a sofrer com as enchentes provocadas pelas fortes chuvas que ocorreram na capital paulista. Em 2020, o bairro já havia alago em fevereiro, mesmo após a inauguração de uma obra milionária do governo de São Paulo, que tinha o objetivo de conter a inundação.
A obra, conhecida na engenharia como pôlder, é composta por diques, reservatórios, bombas e dutos. O sistema, que consiste em armazenar a água e lançá-la de volta ao rio, prometia evitar as enchentes no bairro e custou R$ 117 milhões. Mas a promessa mais uma vez não se cumpriu, deixando o Jardim Pantanal alagado novamente.
Em 2013, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a assinar um convênio para o início das obras. No ano de 2015, a construção do pôlder chegou a ser anunciada pelo tucano, mas o governo recuou. Via Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), o governo de São Paulo, já sob comando de Márcio França (PSB), começou a construção do dique em dezembro de 2017, após remover 145 famílias do bairro.
Inaugurado em dezembro de 2019 pelo governador João Dória (PSDB), o pôlder levou esperança aos moradores do Jardim Pantanal. Porém, apenas dois meses depois, em fevereiro de 2020, o bairro voltou a alagar após chover na região.
O Brasil de Fato entrou em contato com o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE). Porém, até o fechamento desta matéria, o órgão não enviou resposta.
Histórico
O Jardim Pantanal, que é uma Área de Proteção Ambiental (APA) ao lado do Rio Tietê, ficou alagado por 90 dias em 2009, dezenas de famílias ficaram desabrigadas e o prejuízo se espalhou pelo bairro, com a perda de carros, móveis e eletrodomésticos.
Desde então, o governo de São Paulo e a subprefeitura de São Mateus inauguraram uma série de obras no bairro, como os parques Biacica, Helena e Ecológico, com o objetivo de recuperar a área de várzea para controlar o fluxo de água e conter a enchente.
Edição: Rodrigo Chagas