Articulação

Bancada de renda básica é lançada por candidaturas de esquerda para eleições 2020

Postulantes a prefeituras e câmaras pedem que o direito à segurança de renda seja prioridade nos municípios

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Renda básica é fundamental para reduzir desigualdade no país - Foto: Miguel Schincariol/AFP

Candidatos a prefeituras e câmaras de vereadores de esquerda lançaram nesta terça-feira (20) uma bancada nacional de renda básica para as eleições de 2020, em colaboração com organizações da sociedade civil.

A articulação pede que o direito à segurança de renda seja tratado como fundamental nos programas municipais de governo, como "uma bandeira suprapartidária e aberta à adesão plural" e ressaltam que "os passos para uma renda básica são indispensáveis para a erradicação da pobreza". Leia o manifesto completo.

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Principal defensor da renda básica no país, o candidato a vereador em São Paulo Eduardo Suplicy (PT) comemorou a formação da bancada, afirmando que o Brasil se torna um país de vanguarda ao lutar por melhor distribuição de renda.

“Com essa medida, nosso país se coloca na vanguarda daqueles que lutam pela construção de uma sociedade mais solidária. Com frequência, o Brasil foi referido como um dos últimos países a abolir o trabalho escravo. Agora, o Brasil será referido como o primeiro que institui um sistema de solidariedade tão abrangente”, disse.

Manuela d’Ávila (PC do B), candidata que lidera as pesquisas para a Prefeitura de Porto Alegre, ressaltou a importância do auxílio emergencial nos meses de pandemia, o que evidencia, segundo ela, a importância de uma renda básica para combater a desigualdade no país.

“Nós vivenciamos, neste momento tão dramático da nossa história, a relevância de uma política como essa, idealizada e batalhada pelo Suplicy. Nós vimos, neste período curto de temor, o impacto na redução da desigualdade, da miséria no nosso país com o estabelecimento dessa política”, relatou.

“Se antes alguns questionavam os impactos, as consequências de uma política como a renda básica cidadã para enfrentar o problema central do nosso país que é a desigualdade, a partir de questões de raça e de gênero, o período de implementação da renda emergencial sepultou qualquer dúvida”, afirmou Manuela.

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A candidata a vereadora do Rio de Janeiro Monica Benício (PSOL)m reforçou a importância do mecanismo para mulheres, principalmente as subempregadas e mães solo.

“[Elas] puderam se emancipar, podem ter a condição de dizer não a trabalhados humilhantes, que têm caráter exploratório. [Mães solo] agora podem criar seus filhos com mais dignidade”, observou.

Candidato a prefeito em Curitiba, Goura (PDT) exaltou a importância de um campo político que lute pela redução das desigualdades.

“Temos que encarar as profundas desigualdades sociais das nossas cidades, todas elas. O Brasil compartilha dessas desigualdades das cidades latino-americanas. É importante a gente ter um campo político que vai atuar fortemente na redução das desigualdades”, defendeu.

Fernanda Melchionna (PSOL), candidata a prefeita de Porto Alegre, também participou do evento. Em março, ela propôs na Câmara dos Deputados a criação de uma renda básica emergencial de um salário mínimo, até o fim da crise atual. 

Edição: Leandro Melito