Eleições 2020

Russomanno e Covas disputam Renda Básica de Suplicy, que finalmente será votada em SP

Candidato bolsonarista tem prometido usar programa do petista, caso eleito. Tucano reage e manda projeto para a Câmara

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Depois de 30 anos, Suplicy pode emplacar o Renda Básica em São Paulo
Depois de 30 anos, Suplicy pode emplacar o Renda Básica em São Paulo - Ricardo Stuckert

O projeto que prevê a renda básica emergencial como medida para aplacar a pobreza, bandeira do vereador Eduardo Suplicy (PT) desde 1991, finalmente será votado em São Paulo (SP). Na última terça-feira (14), o presidente da Câmara dos Vereadores, Eduardo Tuma (PSDB), aceitou o pedido do prefeito Bruno Covas (PSDB), para que a matéria entre na agenda da Casa na próxima semana.

Assim, Covas reage a Celso Russomano (Republicanos), que durante a campanha à prefeitura tem prometido implementar em São Paulo o mesmo projeto sugerido por Suplicy desde 1991, com o nome de “Auxílio Emergencial Paulistano”, que seria um complemento ao benefício que o governo federal paga.

O projeto de Suplicy prevê o pagamento de R$ 100 para cada membro das famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família e para trabalhadores informais, prejudicados pela pandemia do coronavírus.

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Quando perguntado, Russomano, que ganhou o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em São Paulo, não explica de onde viria a renda e como o pagamento seria efetuado. Além disso, o projeto não aparece nas 45 páginas do Programa de Governo do candidato.

Votação

Eduardo Tuma anunciou que o projeto entrará na pauta da Câmara pelo Twitter, respondendo ao prefeito. “Convoquei sessão extraordinária para semana que vem com o intuito de votar o projeto da renda básica emergencial.”

Em entrevista ao Brasil de Fato, Suplicy disse que está “muito feliz e comovido”. “Esse é um estágio do projeto, ainda temos que votar. É um projeto que eu tanto batalho, apresentei esse projeto em 1991 pela primeira vez.”

Para Suplicy, o fato de Russomanno sugerir um projeto similar, mostra “a força e a importância dessa matéria agora”. “Eu não vejo problema, eu mesmo tenho buscado diversos setores. Procurei até mesmo o ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro, enviei meu livro para eles.”

Edição: Rodrigo Chagas