Embora já admita a possibilidade de que uma vacina contra o coronavírus seja aprovada ainda esta ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a imunização em larga escala não vai acontecer em 2021. A maior parte da humanidade terá que esperar para receber o medicamento a partir de 2022. Em um primeiro momento, será dada prioridade aos grupos de risco, idosos, pessoas com doenças pré-existentes e profissionais da saúde.
Segundo a cientista-chefe da organização, Soumya Swaminathan, as doses no próximo ano serão limitadas e o mundo não tem capacidade de produção para atender a maior parte das pessoas em curto prazo. “As pessoas tendem a pensar ‘no dia 1º de janeiro, a gente vai tomar a vacina e aí vai voltar ao normal’. Não vai funcionar assim porque nunca ninguém produziu vacinas neste volume”, disse Soumya.
Com as afirmações, a cientista reforça o discurso da OMS, que tenta sensibilizar governos a seguirem com medidas de combate. A organização mantem as recomendações de distanciamento, isolamento quando possível e testagem em massa. Soumya Swaminathan pediu ainda compreensão aos mais jovens.
“Não teremos doses suficientes para vacinar os mais vulneráveis em todos os países e isso é muito crítico. As pessoas precisam entender isso individualmente e dizer: ‘eu sou uma pessoa jovem, eu não tenho nenhuma condição pré-existente, então posso esperar meus avós tomarem a vacina”.
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As afirmações foram feitas em transmissão pelas redes sociais da OMS. Na ocasião, a cientista-chefe falou também sobre o temor de que o mundo registre uma escalada de óbitos nas próximas semanas. Ela ressaltou que o mundo ainda perde 5 mil pessoas por dia para a covid-19.
"Não devemos ser complacentes com a queda das taxas de mortalidade", afirmou Soumya. "O aumento da mortalidade sempre vem algumas semanas depois do aumento dos casos."
Bolsonaro considera Brasil um sucesso
A participar de um evento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil teve sucesso no combate à pandemia em relação a outras nações. O país é hoje o segundo que mais registra números absolutos de óbitos e terceiro no total de infectados no mundo todo.
Segundo Bolsonaro, foi a presença do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde que garantiu a suposta resposta positiva ao coronavírus. "Por ser um gestor", nas palavras do presidente, Pazuello teria contribuído com o cenário. O Brasil tem hoje 151.747 mortes registradas em decorrência da covid-19. Mais de 740 delas foram confirmadas apenas nas 24 horas entre terça (13) e quarta-feira (14).
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou que, até o momento, 5.140.863 pessoas foram contaminadas pelo coronavírus em território nacional. Em um dia, 27.235 pacientes receberam a informação de que estão com a doença.
O que é o novo coronavírus?
Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Rodrigo Chagas