O governo dos Estados Unidos estuda encarcerar Julian Assange na penitenciária de segurança máxima ADX Colorado, conhecida como “Supermax”, considerada a prisão mais rígida e desumana da América.
A declaração foi dada nesta segunda-feira (28) pelo especialista penitenciário Joel Sickler, durante o julgamento do jornalista australiano, em Londres.
Segundo o depoente, a prisão “um destino pior do que a morte” para Assange, visto que ele seria isolado em uma cela por 23 horas diárias, com apenas uma hora para “recreação”, em outra cela individual.
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Na penitenciária, estão presos terroristas e chefões do tráfico, como o mexicano Joaquin “El Chapo” Guzman, Ted “Unabomber” Kaczynski, e Ramzi Yousef, condenado por ser o mentor do primeiro atentado ao World Trade Center.
Sickler afirmou que a Supermax foi a única prisão classificada como desumana por sua própria equipe, acrescentando: “Robert Hood, o próprio diretor, diz: ‘Esta não foi construída para a humanidade. Acho que estar lá dia a dia é pior que a morte’.
Hood trabalhou em mais de nove instituições durante um período de 20 anos. Ele serviu como diretor ou diretor associado em quatro delas. Sickler disse que, na ADX, a ligação mensal de 15 minutos de Assange para sua família e advogado seria monitorada pelo FBI.
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O fundador do WikiLeaks poderia ser colocado em um regime de prisão chamado Medidas Administrativas Especiais (SAMS). Isso significa que ele pode ser privado de refeições, telefonemas, visitas ou interação com outros presos.
Sickler, que aconselha os advogados federais de defesa da prisão, disse: “Com base em décadas de experiência, mais de uma dúzia dos meus clientes cometeram suicídio. Isso pode ser feito”, alertou. Embora as condições em uma penitenciária sejam severas, nada se compara à vida solitária quase permanente de um recluso na ADX”, explicou.
Edição: Rodrigo Chagas