A eleição pela presidência dos Estados Unidos acontece no próximo dia 3 de novembro, mas já toma conta do noticiário em todo o mundo. Neste pleito eleitoral, Donald Trump e o vice-presidente Mike Pence, do partido Republicano, tentam a reeleição e concorrem contra Joe Biden e Kamala Harris, candidatos do partido Democrata.
Diante da complexidade do sistema eleitoral americano, o BdF Explica desta semana aborda os principais elementos da disputa eleitoral pela presidência dos Estados Unidos.
Apesar de ser realizada de quatro em quatro anos como no Brasil, a eleição presidencial por lá ocorre de maneira completamente diferente. A começar pela modalidade do voto, que é facultativo para os americanos e da forma em que eles são contabilizados.
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Isso porque o sistema eleitoral dos Estados Unidos é indireto, o que significa que o voto do cidadão não é creditado diretamente ao candidato e, sim, a representantes de cada um deles, escolhidos pelos partidos: os chamados delegados ou supereleitores.
São eles que votarão na escolha final do futuro presidente no chamado Colégio Eleitoral, instância que reúne todos os delegados.
O número de representantes em cada estado é calculado proporcionalmente à população local. E é exatamente por isso que os estados possuem pesos diferentes na disputa.
A Califórnia, por exemplo, possui 36 milhões de habitantes e, por consequência, 55 delegados – o maior número entre os estados norte-americanos. Já Washington DC possui apenas três delegados.
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Depois que os cidadãos votam no delegado que representa seu candidato, os votos são contabilizados em nível estadual. Porém, o candidato à Presidência que vence em um estado fica com todos os seus delegados, independente de ter conquistado ou não a maioria dos votos diretos da população. É o conceito The winner takes all ("O vencedor leva tudo", em português).
A regra é válida em 48 estados e na capital Washington DC, com exceção dos estados de Nebraska e Maine, onde os votos são divididos entre os delegados.
Dessa forma, um candidato à presidência pode ser eleito mesmo sem ter a maioria absoluta de votos, bastando conseguir o maior número de delegados. Ou seja: por mais que candidato A obtenha mais votos totais do que o candidato B, caso não tenha sido mais votado em estados mais populosos e, por consequência, com mais delegados, A perderá a disputa.
Foi o que aconteceu em 2016. A apuração mostrou que Hillary Clinton, candidata democrata, perdeu a presidência para Trump mesmo recebendo quase 338 mil votos diretos a mais do que o republicano.
Em 2000, Al Gore (Democrata) também ganhou no voto popular, mas foi derrotado por George W. Bush (Republicano) no Colégio Eleitoral, que conta, ao todo, com 538 votos dos delegados. Para vencer a eleição, o candidato deve receber 270 deles, ou seja, a maioria simples.
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O bipartidarismo do país faz com que seja possível mapear como cada estado vota tradicionalmente. Mas, em alguns estados, não há um claro favorito. Esses são os chamados swing states, que oscilam a depender da conjuntura política e estão divididos politicamente.
Essas unidades federativas são os alvos da campanha e tornam-se os campos de batalha mais intensos entre os presidenciáveis.
Arizona, Michigan, Pensilvânia, Wisconsin e Carolina do Norte são alguns dos estados apontados por especialistas como swing states.
Com uma grande população, a Flórida é a unidade da federação com mais poder decisório nas eleições dos últimos anos. Sozinho, o estado possui 29 votos no Colégio Eleitoral, ou seja, um peso relevante na votação final dos delegados.
O pleito no Colégio Eleitoral geralmente ocorre algumas semanas após os eleitores votarem nos delegados.
Edição: Leandro Melito