Em mais um ataque à cultura , o ministro da economia, Paulo Guedes, cortou R$ 36 milhões de reais de cinco órgãos ligados à pasta. A Fundação Nacional de Artes, a Funarte, sofreu o maior bloqueio, de quase R$ 14 milhões de reais. Em seguida foi a Fundação Biblioteca Nacional, com um corte de mais de R$ 11 milhões. O Instituo Brasileiro de Museus (IBRAM), Fundação Cultura Palmares e a Fundação Casa Rui Barbosa também sofreram cortes.
Além dessa medida, o avanço da censura sobre o setor se intensificou com um recente ofício do secretário especial da Cultura, Mário Frias, que determina que todos os órgãos vinculados à pasta devem enviar mandarem editais, acordos e até publicações nas redes sociais para aprovação de sua equipe antes de divulgarem para a população. Uma servidora da secretaria de cultura que preferiu manter o anonimato por medo de represálias, comenta que a ação é autoritária e fere a autonomia das instituições.
O objetivo deles (Governo) é paralisar o serviço público da cultura e precarizar, tendo em vista a privatização e mercantilização do setor
“A medida recente de secretário de Cultura é um ataque a autonomia das instituições da cultura. A secretaria de Cultura não deve autorizar a realização de ações ou dizer como essas ações devem ser divulgadas. Tem se falado muito de censura com relação a divulgação, porque o ofício aborda explicitamente uma orientação com relação ao que é disponibilizado nas mídias sociais e nas redes", afirma a servidora.
O tom adotado pela secretaria evidencia um projeto de governo que visa desmantelar este importante setor na sociedade. A assessoria de comunicação da Funarte afirmou por email que as verbas cortadas do instituto serão destinadas para a Saúde.
Sobre o ofício do secretário Mário Frias, a secretaria especial de Cultura informou que a medida é apenas para padronizar as ações, não havendo nenhum controle ou cerceamento de informação. Já os ministérios da Economia e do Turismo não responderam à reportagem até o momento.
Edição: Rodrigo Durão Coelho