Assistir lives pela internet e participar de shows dentro do carro tem sido uma alternativa para a população brasiliense fomentar a cultura e continuar mantendo o isolamento social. Mas com um cenário latente de desigualdade social, fica evidente o privilégio de uma pequena parcela da população que pode ter acesso à estes espaços.
Trabalhadores da cultura de regiões periféricas do DF vêm enfrentando dificuldades em meio ao cenário de pandemia, com o setor se vendo com pouco apoio do Estado. A categoria relata demora na liberação dos recursos e falta de inclusão na disponibilidade dessas verbas, como explica a atriz e gestora cultural, Janaína Mello.
"Temos vários profissionais que estão em uma situação muito precária, e, se não fosse o movimento de rede entre os próprios artistas, eles provavelmente estariam vivendo na rua, tendo que voltar para a casa de suas famílias. Muitos, inclusive, já fizeram essa migração porque não conseguiram pagar suas contas. Os trabalhadores das artes estão muito desamparados dentro deste sistema. Existem alguns movimentos e ações acontecendo, mas diante do que estamos vivendo é pouco e é demorado", relata a artista.
Enquanto o acesso aos espaços culturais são centralizados no plano piloto e podem custar até R$ 600 o ingresso, mais de 3 milhões de pessoas que moram nas 33 regiões administrativas do Distrito Federal sofrem com a falta de verbas para alternativas culturais. A Secretaria de Cultura do DF informou, por e-mail, que está trabalhando em termos de fomento com o apoio da sociedade civil para possibilitar eventos.
Edição: Rodrigo Durão Coelho