Saúde

Debates sobre saúde pública cubana e pandemia de covid-19 reforçam campanha por Nobel

Do ebola à covid, Brigada internacional de médicos cubanos tem histórico de atuações importantes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Para o povo cubano, estes profissionais não são apenas médicos que vão para o exterior, mas representantes de uma sociedade onde a vida humana e a saúde são prioridades - Divulgação

A partir desta sexta-feira (4), começou o ciclo de debates virtuais sobre a saúde pública em Cuba, bem como as brigadas médicas cubanas que se espalham pelo mundo. O objetivo é demonstrar a importância do prêmio Nobel da Paz, Brigada Henry Reeve, formada por profissionais da saúde do país. 

Nesta sexta-feira, o tema foi “Cuba: saúde pública e a pandemia”, na qual quatro médicos brasileiros formados em Cuba falaram sobre como foi construído e como é funcionamento da saúde pública cubana e sua resposta à pandemia de covid-19. 

Formada por profissionais da saúde especializados em situação de desastres e epidemias graves, a Brigada Henry Reeve atua há 15 anos. O Grupo já esteve em países como Angola, Haiti, Chile, Paquistão, Guatemala, Bolívia, México, China, Peru. Há mais de 20 equipes da brigada em atuação contra a covid-19 no mundo todo. Quase dois mil profissionais formados em Cuba compõem esses esforços.

A histórica atuação para atendimento às vítimas do ebola na África Ocidental em 2014 e 2015 é reconhecida mundialmente. Em 2017, a brigada recebeu o Prêmio Doutor Lee Jong-Wook 2017 de Saúde Pública, entregue pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo trabalho.

Além de propor reconhecimento ao trabalho, a indicação ao Nobel é uma forma de reconhecimento a um trabalho que é marginalizado por governos conservadores, em especial nos Estados Unidos. No Brasil, médicos cubanos que atendiam pelo Mais Médicos tiveram que deixar o país em meio a sucessivas ofensas por parte de Jair Bolsonaro. 

Para que a brigada seja nomeada ao Nobel é preciso cumprir alguns requisitos formais. Grupos de apoio em diversos continentes trabalham nesse sentido. Uma das possibilidades é de que a indicação seja feita por alguém que já foi agraciado pela honraria. Ficou a cargo do escritor, escultor e arquiteto argentino, Adolfo Péreza Esquivel, fazer a nomeação. Militante pelos Direitos Humanos, ele recebeu o prêmio em 1980, após anos de trabalho pela cultura da não violência e em prol das vítimas das ditaduras militares da América Latina. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho