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Deputado do Novo afirma que, "dependendo da cor", é a favor do uso de armas

Eleito em 2018 para o primeiro mandato na Alerj, Alexandre Freitas (Novo-RJ) defende política armamentista para o país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Filiado ao Novo desde 2015, declarou, na campanha de 2018, que possui R$ 1,2 milhões em bens materiais - Foto: Reprodução / Twitter

Usando o Twitter, o deputado estadual Alexandre Freitas (Novo), do Rio de Janeiro, opinou sobre o porte de armas no Brasil. “Hummm, depende, qual a cor?”, perguntou o parlamentar, que publicou fotos suas, um homem branco, segurando uma arma.

A postagem foi criticada, imediatamente, por diversos usuários do Twitter. Poucas horas depois, o parlamentar apagou a mensagem. Porém, em seguida, publicou um vídeo defendendo um adolescente, de 17 anos, que assassinou dois manifestantes do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que estavam nas ruas protestando contra a violência policial nos EUA.

Alexandre Teixeira de Freitas Rodrigues está em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e foi eleito pelo quociente eleitoral. O parlamentar é advogado e tem 37 anos.

Apesar de ter nascido em Brasília, foi no estado fluminense onde fez sua carreira política. Filiado ao Novo desde 2015, declarou, na campanha de 2018, que possui R$ 1,2 milhões em bens materiais.

Em suas redes sociais, Freitas defende o porte e a posse de armas de fogo para civis e mantém diversas fotos em que aparece portanto diferentes modelos de armas. 

Outro lado

Freitas enviou uma nota ao Brasil de Fato:

"É evidente que eu me referi aos fuzis, inclusive os que eu segurava nas três fotos que acompanharam o tweet. Um fuzil de cada cor.

Reconheço que cabe interpretação ambígua para quem está doutrinado em enxergar questões raciais até mesmo em palavras como "denegrir". Sou a favor da democratização da legítima defesa e o episódio de um adolescente americano de 17 anos que reagiu em legítima defesa à tentativa de homicídio da esquerda fascista americana suscitou o debate sobre a posse e porte de fuzil, tema que sou a favor.

O texto acompanhado das fotos faz clara referência às cores das armas. Qualquer outra interpretação é imaginação da cabeça de quem lê.

Exclui o tweet tão somente porque vivemos tempos sombrios nos quais a rede social faz censura ideológica e nosso próprio Supremo se compreende como editor da sociedade. Foi uma análise bem objetiva: com o Rio passando pelo afastamento de um governador e a elite política do estado sob graves suspeitas de corrupção, entendi que o momento para o tweet não seria o atual. Os fatos de hoje requerem toda a nossa atenção."

Edição: Rodrigo Durão Coelho