Usando o Twitter, o deputado estadual Alexandre Freitas (Novo), do Rio de Janeiro, opinou sobre o porte de armas no Brasil. “Hummm, depende, qual a cor?”, perguntou o parlamentar, que publicou fotos suas, um homem branco, segurando uma arma.
A postagem foi criticada, imediatamente, por diversos usuários do Twitter. Poucas horas depois, o parlamentar apagou a mensagem. Porém, em seguida, publicou um vídeo defendendo um adolescente, de 17 anos, que assassinou dois manifestantes do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que estavam nas ruas protestando contra a violência policial nos EUA.
#FreeKyleRittenhouse momentos antes de ser perseguido e quase morto por supremacistas racistas de esquerda. Um jovem de 17 anos consciente da sua responsabilidade como cidadão. Mesmo agredido, só reagiu quando sua vida estava em risco. Que bom que ele tinha um fuzil! pic.twitter.com/tAYzc6HgcC
— Alexandre Freitas (@freitasnovorj) August 27, 2020
Alexandre Teixeira de Freitas Rodrigues está em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e foi eleito pelo quociente eleitoral. O parlamentar é advogado e tem 37 anos.
Apesar de ter nascido em Brasília, foi no estado fluminense onde fez sua carreira política. Filiado ao Novo desde 2015, declarou, na campanha de 2018, que possui R$ 1,2 milhões em bens materiais.
Em suas redes sociais, Freitas defende o porte e a posse de armas de fogo para civis e mantém diversas fotos em que aparece portanto diferentes modelos de armas.
Outro lado
Freitas enviou uma nota ao Brasil de Fato:
"É evidente que eu me referi aos fuzis, inclusive os que eu segurava nas três fotos que acompanharam o tweet. Um fuzil de cada cor.
Reconheço que cabe interpretação ambígua para quem está doutrinado em enxergar questões raciais até mesmo em palavras como "denegrir". Sou a favor da democratização da legítima defesa e o episódio de um adolescente americano de 17 anos que reagiu em legítima defesa à tentativa de homicídio da esquerda fascista americana suscitou o debate sobre a posse e porte de fuzil, tema que sou a favor.
O texto acompanhado das fotos faz clara referência às cores das armas. Qualquer outra interpretação é imaginação da cabeça de quem lê.
Exclui o tweet tão somente porque vivemos tempos sombrios nos quais a rede social faz censura ideológica e nosso próprio Supremo se compreende como editor da sociedade. Foi uma análise bem objetiva: com o Rio passando pelo afastamento de um governador e a elite política do estado sob graves suspeitas de corrupção, entendi que o momento para o tweet não seria o atual. Os fatos de hoje requerem toda a nossa atenção."
Edição: Rodrigo Durão Coelho