Presidência

Atrás nas pesquisas e com queda no PIB, Trump sugere adiar as eleições

Trump diz que voto pelo correio fará 2020 ser a eleição "mais fraudulenta" da história

|
presidente dos Eua Donald Trump
Apesar da sugestão, Trump não tem o poder de adiar a data da eleição - MANDEL NGAN / AFP

O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu nesta quinta-feira (30/07) adiar as eleições presidenciais previstas para 3 de novembro. Para ele, o pleito será o mais “impreciso e fraudulento” da história caso o voto por correio em todo o país seja aplicado por causa da pandemia de coronavírus.

Especialistas dizem, no entanto, que o sistema de voto pelo correio é seguro e tem baixa probabilidade de fraude. O próprio Trump não apresentou nenhuma evidência de que alguma ação do gênero pudesse acontecer.

“Com voto universal pelo correio (não voto em ausência, que é bom), 2020 será a eleição mais imprecisa e fraudulenta da história. Será um grande constrangimento para os EUA. Adiar a eleição até que as pessoas possam votar de maneira segura?”, tuitou o presidente. No voto universal, qualquer eleitor pode votar pelo correio; no em ausência, somente os que tiverem uma justificativa que os impeça de comparecer presencialmente às urnas.

Apesar da sugestão, Trump não tem o poder de adiar a data da eleição. Segundo a Constituição do país, o pleito precisa ser realizado “na primeira terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro” e a data só pode ser alterada pelo Congresso – que está dividida entre a maioria democrata na Câmara e a republicana no Senado.

Trump, inclusive, já votou pelo correio - em si próprio, no caso, nas primárias republicanas que confirmaram sua candidatura.

PIB e pesquisas

A declaração vem no mesmo dia em que dados do PIB norte-americano mostraram uma retração anualizada de 32,9%, afetando em cheio uma das principais plataformas de campanha do republicano, que seria o bom desempenho da economia – ao menos até o início da pandemia.

Além disso, Trump tem sistematicamente aparecido atrás do candidato democrata Joe Biden em pesquisas nacionais e em Estados decisivos. Vale lembrar que a eleição nos EUA é indireta e são os representantes dos Estados que votam em um Colégio Eleitoral para confirmar a escolha da população nas urnas.

Pesquisas chegam a apontar uma diferença de 15 pontos percentuais entre o presidente e seu rival, e vantagens de Biden significativas em Estados-pêndulo (que votam ora nos democratas, ora nos republicanos) como Flórida, Pensilvânia e Michigan. Os números de Trump preocupam o partido, que começa a ver Estados que eram considerados como "seguros" para os republicanos, como Texas e Geórgia, entrando em disputa.