Sociedade

Protestos pelo "Fora, Bolsonaro" ocorrem em diversas cidades do país

Durante esta sexta-feira (10), em pelo menos 20 estados do país houveram mobilizações contra o governo de Jair Bolsonaro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Cacique Leno Kumaruara representando 70 aldeias, participa do Fora Bolsonaro - Tarso Sarraf

A Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS), ao lado do SindiSaúde, realizou uma manifestação em frente ao Hospital da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), cobrando por testagem para todos os trabalhadores da área, nesta sexta-feira (10), às 6h30, na troca de plantão dos funcionários.

O ato também pediu pelo afastamento do presidente Jair Bolsonaro, endossando o Dia Nacional de Mobilizações Fora Bolsonaro, da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que ocorre em mais de 20 estados, respeitando as regras de distanciamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ainda pela manhã, os movimentos e entidades do Rio Grande do Sul realizaram um ato virtual, onde por mais de uma hora e meia diversas lideranças destacaram a importância da unidade dos setores políticos e sociais que defendem a democracia para interromper as políticas genocidas do governo Bolsonaro. A live foi transmitida pela Rede Soberania, pelo Brasil de Fato RS, em rede com uma série de organizações.

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Guiomar Vidor, destacou o conjunto plural de entidades reunidas. “É o momento de construir novas formas para enfrentar esse momento desafiador do nosso país. São diversas crises agravadas pela política negacionista do governo Bolsonaro, pela corrente golpista fomentada pelo próprio governo e setores do militarismo brasileiro.”

Em Santarém, no oeste do estado do Pará, o cacique Leno Kumaruara da aldeia indígena de Solimões, localizada às margens do rio Tapajós realizou um protesto em nome de outras 70 aldeias pedindo que respeito do presidente aos povos indígenas, seus territórios e costumes. 

"Que ele respeite os povos indígenas, que nós somos filhos dessa terra, somos cidadãos brasileiros e que ele respeite a nossa natureza", disse.


O cacique Leno Kumaruara representando 70 etnias participou da mobilização / Tarso Sarraf

 

Em Fortaleza, o viaduto da Avenida José Bastos amanheceu com uma faixa com os dizeres "Fora Bolsonaro", assim como em Brasília e na capital de Roraima, Porto Velho, onde as faixas foram colocadas nas principais entradas do município. No terminal Miramar, em Belém, no Pará, houve panfletagem contra o presidente da República também logo pela manhã.

No Rio de Janeiro, trabalhadores dos Correios se manifestaram em frente ao Centro de Tratamento de Encomendas Benfica, e petroleiros, no Terminal Aquaviário da Baia da Guanabara.

Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, houve ato na Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de Maio, na região do município. Também foram registrados protestos em frente ao Mercado Público de Casa Amarela, no Recife, em Pernambuco; em João Pessoa, na Paraíba; em Contagem e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Curitiba, no Paraná.

Em Florianópolis, Santa Catarina, o protesto foi feito por representantes das centrais sindicais, federações e diretores do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, na escadaria da Catedral, com 69 cruzes para pedir o impeachment de Bolsonaro. 

Em São Paulo, o protesto é realizado às 14h, na Praça do Patriarca, pela CUT São Paulo, por meio do Macrossetor do Serviço Público. Além da saída do presidente da República, os organizadores também chamam a “a atenção das autoridades e da sociedade para as políticas equivocadas de combate à pandemia do novo coronavírus”. Na capital, já foram registradas manifestações em outras regiões, como em São Mateus, Sapopemba, Jardim Ângela e Capão Redondo. No interior do estado paulista, foram registrados protestos em na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em Caraguatatuba, e no terminal Almirante Barroso, em São Sebastião, no litoral.

Também ocorrem manifestações virtuais. De Minas Gerais, às 19 horas, o Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade (Sindmon-Metal), o Sindicato dos Servidores Municipais (Sintramon) e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) promovem o webnário “Desgoverno contra a classe trabalhadora e as minorias sociais”.

“Campanha Nacional Fora Bolsonaro”

No site da “Campanha Nacional Fora Bolsonaro”, as organizações defendem que o contexto atual de crises sanitária e econômica aceleraram a “disposição na cúpula do Executivo Federal em avançar na retirada de direitos” e apontam que “há um crescente movimento de insatisfação na sociedade brasileira que tem se expressado na palavra de ordem: Fora Bolsonaro!”, compreendem as organizações. 

A campanha promove atividades nos dias 10 e 11 de julho. No primeiro serão feitas ações simbólicas nas principais cidades do país “denunciando a política genocida de Bolsonaro frente à pandemia”. 

No dia 11, ocorrerá a Plenária Nacional Fora Bolsonaro, na qual devem ser definidas as próximas ações da campanha. Para participar, é necessário preencher um formulário ou enviar um e-mail para [email protected]

Mesmo frente aos números crescentes de casos confirmados e óbitos por covid-19, Jair Bolsonaro afirmou que houve “um pouco de exagero” nas medidas de combate à pandemia, na metade de junho. E, mesmo após contrair o vírus, o presidente realizou aglomerações, não utilizou máscara e fez propaganda do remédio cloroquina, cuja eficácia ainda não foi comprovada cientificamente. 

Edição: Leandro Melito