Seguindo a reabertura gradual das atividades, o governo de São Paulo anunciará o plano para o retorno das atividades escolares presenciais nesta quarta-feira (24). Devido ao avanço do coronavírus no estado, que concentra o maior número de casos da pandemia, as aulas foram suspensas no dia 23 de março e o conteúdo está sendo lecionado de forma remota desde então.
O governador João Doria (PSDB) declarou, na semana passada, que o retorno das atividades escolares só estaria previsto para a última etapa do chamado Plano São Paulo, desenvolvido para a flexibilização da quarentena e dividido em diferentes níveis.
Porém, um novo calendário das escolas públicas será divulgado em coletiva de imprensa às 12h45min, com a participação de Rossieli Soares, secretário da educação estadual.
Outros representantes do governo já haviam afirmado que a previsão era de que o retorno acontecesse de forma gradativa e com apenas 20% dos estudantes frequentando as escolas presencialmente.
Profissionais da educação, no entanto, são contra a volta às aulas sem controle real da pandemia, conforme reportagem da Rede Brasil Atual.
“São urgentes a mobilização e a manifestação para impedir o retorno às aulas presenciais nas escolas públicas e privadas de São Paulo. Funda-se nossa posição na convicção de que a conduta do governo do estado e da esmagadora maioria das prefeituras municipais, neste momento, não inspira nenhuma confiança. Não há qualquer expectativa de que eventuais medidas dirigidas a promover a volta às aulas estejam amparadas por orientações emanadas das autoridades sanitárias e validadas em conhecimento científico”, diz nota pública de entidades da categoria, como o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Os números de contaminação pela covid-19 seguem crescendo em ritmo acelerado em São Paulo. De acordo com um inquérito sorológico realizado pela Prefeitura, a capital tem 1,16 milhão de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. O número é maior do que a soma de casos registrados na França e na Espanha.
O novo dado representa 9,5% da população paulistana e cerca de cinco vezes mais do que o registrado pelo Ministério da Saúde até a manhã desta terça-feiria (23), quando aproximadamente 222 mil de infecção foram contabilizados.
O estado registra mais de 13 mil óbitos e quebrou recorde de vítimas fatais diárias, com 434 mortes nas últimas 24h.
Edição: Leandro Melito