Saúde

Após saída de Teich, governo inclui cloroquina como essencial contra o coronavírus

Ministro da Casa Civil, Braga Netto, mostrou que 2.932.000 comprimidos do remédio foram distribuídos para estados

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Cloroquina é liberada no Brasil, mas não é recomendada - Marcelo Casal/Agencia Brasil

Horas depois da saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, o governo federal incluiu o medicamento cloroquina entre itens essenciais no combate ao novo coronavírus, ao lado de leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI), equipamentos de proteção, testes e vacinas contra a gripe.

Durante coletiva realizada com ministros no fim da tarde desta sexta-feira (15), o ministro da Casa Civil, Braga Netto, exibiu uma tabela em que mostrou que 2.932.000 comprimidos do remédio foram distribuídos aos estados pelo governo federal até 11 de maio. 

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Segundo pessoas ligadas ao governo, foi justamente por não recomendar o uso da cloroquina que Teich, médico oncologista, pediu para deixar a Saúde.

A cloroquina não tem eficácia comprovada cientificamente contra a covid-19. Há, inclusive, estudos que apontam que a medicação pode agravar o quadro de doentes.

Bolsonaro, no entanto, insiste que o Ministério da Saúde recomende o uso da medicação para os pacientes infectados. Com isso, a tendência é que o próximo ministro escolhido pelo presidente tenha como principal missão a liberação da droga.

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O que é a cloroquina?

A cloroquina - ou sua variação, hidroxicloroquina - é um medicamento usado principalmente em tratamentos contra a malária. Além disso, também pode ser administrada ocasionalmente contra artrite reumatoide e lúpus.

Há, no mundo, diversas pesquisas em curso sobre a eficácia da cloroquina contra o coronavírus. Até o momento, ninguém conseguiu comprovar que a medicação pode vencer o vírus sem causar outros efeitos mais graves à saúde dos pacientes. 

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No Brasil, até agora, a cloroquina tem sido prescrita por médicos somente em casos graves, quando não há mais alternativas de tratamento. O remédio, portanto, é permitido, mas não é recomendado.

Edição: Rodrigo Chagas