Bloqueio

Conselho de Segurança da ONU debate ameaça militar contra a Venezuela

Governo bolivariano exige o levantamento das sanções econômicas impostas pelos EUA e União Europeia

Brasil de Fato | Blumenau (SC) |

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O organismo colegiado reúne os representantes dos 15 países-membros por meio de vídeoconferência - Screen capture

Conselho de Segurança das Nações Unidas debate, nesta quarta-feira (22), os impactos da ameaça militar dos Estados Unidos contra a Venezuela. A discussão atende um pedido da Rússia, um dos cinco países-membros permanentes do organismo, junto aos Estados Unidos, China, Reino Unido e França.

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A vídeoconferência deve debater a ativação de um operativo antinarcóticos estadunidense, que, na prática, representa um bloqueio naval às costas venezuelanas no mar do Caribe.

Além disso, o embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, afirma que o governo bolivariano havia denunciando, no último dia 3 de abril, a operação militar estadunidense e os efeitos nocivos das sanções econômicas contra o país latino-americano durante a pandemia da covid-19.

"O delírio fascista do quarto Reich de Trump é uma ameaça para o mundo. A ideologia dos EUA, primeiro, é a mesma da 'Alemanha sobre Todos', da Segunda Guerra Mundial. O Conselho de Segurança tem autoridade para frear essa agressão", publicou no seu perfil no Twitter.

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Levantamento das sanções

A Venezuela assina um documento, junto a nove nações, que pede à Alta Comissária para a Paz da ONU, Michelle Bachelet, que coloque como uma prioridade em seu relatório o levantamento das medidas unilaterais durante a pandemia. Além da nação bolivariana, Cuba, Rússia, República Popular da Coreia, Camboja, Zimbábue, entre outros, subscrevem o texto.

Apesar de noticiadas como sanções econômicas, as ordens executivas assinadas pela administração Trump são consideradas medidas coercitivas unilaterais porque partem de um governo contra outro. O único organismo que pode aplicar sanções econômicas a uma nação é o Conselho de Segurança da ONU.

Ainda no final de março, tanto Bachelet como o secretário geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, já haviam se manifestado publicamente, mas de maneira extraoficial, como favoráveis ao levantamento de todo tipo de bloqueio econômico nesse período de crise econômica aprofundada pela covid-19. 

"As Medidas Coercitivas Unilaterais estão socavando gravemente a cooperação internacional para frear a pandemia e tratar os pacientes. As restrições financeiras e bancárias, assim como amplas sanções secundárias impostas a diferentes setores econômicos dos países afetados privam essas nações dos seus próprios recursos financeiros, por uma parte, e, por outra, lhes impediu de importar produtos básicos que salvam vidas, como insumos e equipamentos médicos", denuncia o comunicado.


Nove países assinam o documento com a Venezuela / Reprodução

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, no dia 13 de abril, a renegociação de prazos de pagamento da dívida externa de 25 países africanos durante a pandemia, mas não mencionou nenhuma mudança de ação sobre a Venezuela. A organização social SURES calcula que o bloqueio econômico possa ter gerado um prejuízo de US$ 130 bilhões à sociedade venezuelana.

Edição: Vivian Fernandes