O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (31) que o governo não tem fontes financeiras para sustentar o pagamento dos auxílios emergenciais de R$ 600 para trabalhadores desassistidos, aprovado pelo Senado no dia anterior.
Guedes concedeu entrevista coletiva ao lado dos ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Walter Souza Braga Netto (Casa Civil).
Embora tenha anunciado a liberação de R$ 700 bilhões, por parte do governo, em medidas para conter os danos do coronavírus, Guedes disse que o governo está com “um problema técnico de liberação de fontes”.
“Nós gostaríamos de soltar os recursos, mas precisamos de uma aprovação de fontes. O secretário do Tesouro, secretário da Orçamentação, falam: 'Nós estamos sem fontes'. Isso está autorizado pelo ministro, mas não está autorizado pelo Congresso, precisa uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional)”, justificou.
O ministro pressionou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que o parlamento aprove uma PEC em 24 horas para a liberação do dinheiro. A estimativa do governo é que, caso sejam liberados agora, os pagamentos comecem a ser feitos em 18 de abril.
“Nós estamos com um problema técnico de fontes. O presidente Rodrigo Maia pode nos ajudar muito. Se ele encaminhar e aprovar em 24 horas uma PEC emergencial que regularize isso, o dinheiro sai em 24 horas”, prometeu Guedes.
O chefe da Economia de Bolsonaro pediu compreensão e falou que o momento é de deixar de lado as diferenças entre o Poder Executivo e parlamentares. Ele comparou a situação à medida de isolamento sustentada pelo ministro da Saúde.
“Da mesma forma que o Mandetta tem um problema técnico — que é que, se não houver isolamento, vai todo mundo para o hospital ao mesmo tempo e cai o sistema de saúde, e ele não consegue atender todo mundo —, quando vem uma bomba dessa, quem entra em problema técnico não é um deputado ou um senador que sugere uma medida”.
Guedes reconheceu que o povo clama por urgência. “O Brasil não está com muita paciência para nossa própria capacidade ou incapacidade de processar isso com rapidez”.
O ministro também clamou por ajuda à imprensa para lidar com os problemas do governo. “Vocês, mídia, vocês são extraordinariamente construtivos, ajudaram a criar a democracia brasileira, vocês têm que se juntar a nós em um momento como esse, para nós conseguirmos os melhores resultados".
Edição: Vivian Fernandes