Presentes e parabéns passaram a compor as referências ao Dia Internacional da Mulher cada vez com mais força nas duas últimas décadas. Uma das razões é o uso da efeméride pela publicidade e o mercado, que começaram a tratar o 8 de março como data comemorativa tal qual o Dia das Mães, com a finalidade de venda de produtos direcionados ao público feminino.
Entretanto, as origens deste dia remontam a mais de cem anos, quando mulheres socialistas – entre as quais estavam Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kollontai –, durante a Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, definem a realização de um dia internacional de luta que fosse inteiramente dedicado às reivindicações das mulheres.
Pelo calendário juliano utilizado no czarismo russo até sua dissolução, a data escolhida foi 23 de fevereiro, que no calendário gregoriano equivale ao dia 8 de março. A data foi oficializada em 1918, com o triunfo da Revolução Russa. Desde então, se espalhou pelo mundo, tornando-se um dia-símbolo para as reivindicações pelo direito ao voto na primeira metade do século XX e pelos direitos reprodutivos na segunda metade do século.
Apesar das conquistas, o Dia Internacional da Mulher segue como uma data para a realização de manifestações e lutas feministas. Em 2016, as hashtags #nãoqueremosflores e #nãoqueremosparabéns chegaram a alcançar os Trending Topics do Twitter BR como um manifesto na web em defesa das origens revolucionárias do 8 de março.
Neste ano, o Brasil de Fato preparou um vídeo especial para explicar quais desigualdades ainda persistem e porque as mulheres do Brasil e do mundo, do campo, das florestas e das cidades se organizam em todo o mundo para defender o Dia Internacional de Luta das Mulheres como um símbolo da revolução feminista. Confira!
Edição: Mauro Ramos