A União Nacional dos Estudantes (UNE) lançou nesta quinta-feira (13) a campanha “Eu defendo a educação”, que consiste em um conjunto de ações em resposta à gestão do Ministério da Educação, chefiado por Abraham Weintraub.
Na terça-feira (11), o ministro esteve no Senado para prestar esclarecimentos sobre a série de erros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que colocaram a pasta no centro de uma crise. O ministro colocou a culpa em “militantes”, alunos que “não estavam entendendo o processo” e que “foram mal” na prova para explicar os erros no processo que afetaram cerca de 6 mil estudantes.
“A campanha é muito no sentido de chamar a população para a manifestação de 18 de março, mas de ser também uma ferramenta dentro das universidades que consiga dialogar organizar os estudantes contra os ataques que a gente vem sofrendo na educação: os cortes, a diminuição do orçamento da pasta, a limpeza das carteiras de estudante e meia entrada estudantil”, afirmou a vice-diretora da UNE, Élida Elena.
A primeira atividade será uma manifestação no dia 18 de março. A data marca o início da Jornada de Lutas da Juventude, que é a agenda de protestos do movimento estudantil em todos os estados do país.
Além de manifestações, serão organizadas aulas públicas e ciclos de debates dentro das instituições públicas de ensino sobre o rumo da educação, além de ações culturais como o Festival Contra a Censura, que deve explorar a cultura enquanto um elemento “fundamental na disputa de opiniões e ideias na sociedade”.
Documento do Estudante
Por meio da Medida Provisória (MP) 895, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) lançou, em setembro de 2019, o aplicativo de celular que emite a carteirinha de estudante digital gratuitamente. A medida representou um empecilho para as entidades estudantis, cuja maior parte do financiamento vinha da produção das carteiras de estudante.
Como o aplicativo foi implementado por uma MP, no entanto, tem grande chances de caducar e deixar de existir. Isso porque a medida precisa ser votada no Congresso Nacional em até 120 dias a partir do dia de sua publicação para continuar funcionando.
O prazo termina no próximo domingo, dia 16 de fevereiro, e até o momento não houve nenhuma movimentação entre os parlamentares para votar a medida, tornando praticamente impossível a continuidade da carteirinha do governo.
“É um ataque à organização estudantil que foi um elo forte de resistência ao governo. É político querer desorganizar o financiamento de movimento estudantil que faz um enfrentamento fundamental a esse governo."
Edição: Leandro Melito