O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, negou as acusações de que estaria tentando dar um golpe de Estado com a ordem de invasão militar na Assembleia Legislativa cumprida neste domingo e disse que, se quisesse, "teria tomado o controle do governo na mesma noite".
Em entrevista ao jornal espanhol El País publicada na noite desta segunda-feira (10/02), Bukele disse que a ordem para invadir o Parlamento foi "apenas um ato de presença" e afirmou que, se fosse um ditador, "teria assumido o controle de tudo".
"Se eu fosse um ditador ou alguém que não respeita a democracia, agora teria assumido o controle de tudo. Segundo as pesquisas, 90% do povo me apoia. E também as Forças Armadas e a polícia. O povo se irritou quando pedi calma, mas, se eu quisesse, teria assumido o controle de todo o governo nessa noite", disse o mandatário.
Bukele ainda afirmou que "não passou dos limites" ao ordenar a invasão dos militares na Assembleia pois "ninguém foi agredido, não houve feridos, nem disparos".
Na noite de domingo, Bukele ordenou que militares e agentes da Polícia Nacional Civil (PNC) invadissem o prédio do Legislativo para “pressionar” os parlamentares pela aprovação de um empréstimo de US$ 109 milhões para financiar um plano de segurança. Após a movimentação golpista, Bukele fez um discurso aos apoiadores reunidos na frente do Congresso e “deu” uma semana “de prazo” para que os deputados aprovassem o empréstimo. Caso contrário, mandaria de volta o Exército para o Parlamento.
Ainda nesta segunda, o presidente da Assembleia Legislativa classificou a ação de Bukele como "uma tentativa de golpe de Estado" e pediu a a Procuradoria Geral inicie uma investigação contra o mandatário salvadorenho.
Edição: Opera Mundi