O Senado dos Estados Unidos, de maioria republicana, rejeitou nesta quarta-feira (05/02) o impeachment do presidente Donald Trump, que havia sido aprovado pela Câmara dos Representantes em janeiro.
Trump foi acusado de ter pressionado o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a anunciar uma investigação contra o democrata Joe Biden, pré-candidato à Casa Branca e cujo filho, Hunter, foi conselheiro de uma empresa ucraniana de gás, a Burisma.
Para alcançar seu objetivo, o magnata teria congelado uma ajuda militar de quase US$ 400 milhões a Kiev. Em um telefonema em 25 de julho, Trump pediu para Zelensky investigar os Biden, mas não mencionou a ajuda militar, que estava bloqueada na época. Por conta disso, o norte-americano respondia por abuso de poder.
Trump também foi acusado de obstrução do Congresso por ter instruído membros do governo a não colaborarem com o inquérito na Câmara. A Constituição dos EUA estabelece que um presidente pode ser removido do cargo por "traição, propina ou outros crimes e contravenções graves".
O mandatário foi absolvido da acusação de abuso de poder ao condicionar o apoio à Ucrânia à investigação de Hunter Biden por 52 votos contra 48. Já na acusação de obstrução do Congresso, Trump foi absolvido por 53 a 47.
A absolvição de Trump era dada como certa por causa da maioria republicana na Casa. Para que o presidente fosse removido do cargo, seria necessário que dois terços do Senado, 67 de um total de 100, aprovassem alguma das acusações. A oposição democrata conta hoje com 47 senadores, incluindo dois independentes. Ou seja, 20 dos 53 republicanos teriam que ter votado a favor do impeachment para condenar o presidente norte-americano.
O Partido Republicano, no entanto, não votou completamente coeso contra o impeachment. O senador Mitt Romney, candidato derrotado pelo democrata Barack Obama nas eleições presidenciais de 2012, votou contra Trump de acusação de abuso de poder.
“Corromper uma eleição para se manter no cargo é, talvez, a violação mais abusiva e destrutiva ao juramento de posse que eu poderia imaginar”, afirmou Romney. Trump Júnior, filho do presidente, defendeu a expulsão do senador do partido.
Edição: Opera Mundi