A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, nesta terça-feira (4), Dia Mundial de Combate ao Câncer, que, se as tendências atuais permanecerem, haverá um aumento de 60% nos casos de câncer no mundo nas próximas duas décadas.
A situação é ainda pior quando se trata dos países de baixa e média renda, que devem apresentar um aumento de 81% de novos casos. Segundo a OMS, é urgente o aumento dos serviços de atenção à saúde destinados ao tratamento de câncer, principalmente nos países mais pobres e em desenvolvimento.
Isso porque, de acordo com análise da organização, esses países tem direcionado recursos limitados para ações contra doenças infectocontagiosas e para melhoria da saúde materno-infantil, deixando uma lacuna nos sistemas de saúde quando o tema é a prevenção, triagem, diagnóstico e tratamentos adequados para as pessoas com câncer.
Os dados corroboram o diagnóstico do órgão. Ano passado, enquanto 90% dos países de alta renda relataram ter sistemas abrangentes de tratamento de câncer, menos de 15% dos países de baixa renda relataram o mesmo.
Prevenção
Em razão do Dia Mundial de Combate ao Câncer, a OMS e a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), publicaram dois relatórios para estimular e orientar os governos de todos os continentes a intensificarem pesquisas sobre programas e a desenvolverem políticas que visem melhorar o combate ao câncer.
Pelo menos 7 milhões de vidas poderiam ser salvas na próxima década a partir da identificação de estratégias e estruturas de respostas sólidas ao enfrentamento da doença e suas diversas formas, conforme estimativa da organização.
A OMS destaca ainda uma ampla gama de intervenções comprovadas para prevenir novos casos de câncer. Entre elas estão o controle do tabagismo, responsável por 25% das mortes por câncer, a vacinação contra a hepatite B para prevenir o câncer de fígado e a eliminação do câncer do colo do útero por meio da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), além de uma gestão do cuidado que garanta acesso aos cuidados paliativos.
Américas
O câncer é a segunda principal causa de morte nos países das Américas. Em 2018, conforme dados da OMS, cerca de 3,8 milhões de casos foram diagnosticados e 1,4 milhão de pessoas morreram com esta doença.
Os tipos de câncer mais comumente diagnosticados em indivíduos do sexo masculino foram câncer de próstata (21,7%), pulmão (9,5%), colorretal (8%) e bexiga (4,6%). Nas mulheres, as neoplasias mais frequentes são localizadas na mama (25,2%), pulmão (8,5%), colorretal (8,2%) e tireoide (5,4%).
A OMS sublinha que o câncer do colo do útero, que pode ser evitado a partir da vacinação contra HPV, continua sendo um dos tipos mais frequentes entre as mulheres na América Latina e no Caribe.
Ao todo, em 2018, 57% dos casos e 47% das mortes por câncer ocorreram em pessoas com 69 anos ou menos.
Para a região das Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) está atuando para fortalecer um fundo estratégico para aumentar e assegurar o acesso a medicamentos essenciais para o tratamento do câncer.
Edição: Leandro Melito