Disputa

Em meio à crise na Casa Civil, Bolsonaro transfere plano de privatização para Guedes

Medida esvazia o poder de Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil, em meio a suas férias

Brasil de Fato | São Paulo |

Ouça o áudio:

O ministro Onyx Lorenzoni da Casa Civil, voltará das férias com sua pasta enfraquecida
O ministro Onyx Lorenzoni da Casa Civil, voltará das férias com sua pasta enfraquecida - Wilson Dias / Abr

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), anunciou nesta quinta-feira (30) pelo Twitter, a transferência do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), responsável pelas privatizações do Governo Federal, para o Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes.

O PPI estava até então estava sob a responsabilidade da Casa Civil, comandada pelo ministro Onyx Lorenzoni, que está de férias e voltará à Esplanada com sua pasta enfraquecida. O anúncio foi feito no contexto da exoneração, pela segunda vez, do ex-secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini.

Como ministro substituto durante as férias de Lorenzoni, Santini usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir de Davos, na Suiça, para Nova Delhi, na Índia. Após participar do Fórum Econômico Mundial ele viajou, na função de ministro substituto da Casa Civil para se juntar à comitiva presidencial durante a visita de Estado de Bolsonaro à Índia.

Após a repercussão do caso, Bolsonaro publicou a demissão do secretário-executivo da Casa Civil na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (29), mas em seguida nomeou Santini para o cargo de assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casas Civil, em edição extra do DOU, publicada ainda na quarta-feira.

Depois da nova repercussão do caso, o presidente anunciou por meio da rede social que tornará sem efeito a readmissão de Santini. Fernando Moura, que havia sido nomeado para a secretaria-executiva da Casa Civil no lugar de Santini também será exonerado.

Voos da FAB no governo Bolsonaro

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quinta-feira (30), aponta que seis ministros do governo Bolsonaro utilizaram voos exclusivos da FAB (Força Aérea Brasileira) com no máximo cinco passageiros a bordo, para cumprir agendas no exterior.

O chanceler brasileiro Ernesto Araújo e o titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foram os ministros que mais utilizaram o serviço da FAB para voos ao exterior. Araújo voou cinco vezes e Salles três.

Os titulares da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves e da Economia Paulo Guedes, também utilizaram aviões da FAB para voos ao exterior, uma vez cada.

 

Edição: Leandro Melito