O coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, e outros seis militares foram denunciados na Justiça Federal em Marabá (PA) pelo Ministério Público Federal (MPF), nesta quarta-feira (18).
As acusações envolvem homicídio qualificado e ocultação de cadáveres de Lúcia Maria de Souza, Dinaelza Soares Santana Coqueiro e Osvaldo Orlando da Costa, que eram opositores da ditadura militar brasileira. Os assassinatos ocorreram na repressão à Guerrilha do Araguaia, entre 1967 e 1974, dentro do período ditatorial.
As penas dos sete militares podem chegar a 33 anos de prisão para cada assassinato. Isso porque foram consideradas no processo os agravantes dos crimes, como motivo torpe, emboscada, emprego de tortura, abuso de poder e contra vítimas que estavam sob proteção das autoridades.
O MPF também solicitou à Justiça que os denunciados sejam obrigados a indenizar as famílias das vítimas e que percam as condecorações recebidas durante a carreira e as aposentadorias. Pediu, inclusive, que a oitiva seja antecipada, devido a idade avançada das testemunhas.
Denúncias
O Major Curió foi denunciado nas três ações. No caso do assassinato e ocultação de cadáver de Lúcia Maria de Souza, conhecida como Sônia, também foram denunciados Lício Augusto Maciel e José Conegundes do Nascimento.
Pela morte e ocultação do corpo de Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, Curió é acusado ao lado de João Lucena Leal, João Santa Cruz Sacramento, Celso Seixas Marques Ferreira e Pedro Corrêa dos Santos Cabral.
No caso da morte de Dinaelza Soares Santana Coqueiro, a Maria Dina, a acusação recai apenas sobre Curió.
As novas ações elevam para nove o número de denúncias oferecidas desde 2012 pelo MPF por crimes na Guerrilha do Araguaia. Foram seis acusações pelos assassinatos de nove opositores, duas denúncias pelo sequestro e cárcere privado de seis vítimas, e uma denúncia por falsidade ideológica. Sebastião Curió foi acusado em seis denúncias. Em segundo lugar, está Lício Augusto Maciel, denunciado em três ações.
Edição: Julia Chequer