A Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) da Colômbia rejeitou nesta terça-feira (03/12) o pedido do presidente Iván Duque de suspender a greve geral marcada para esta quarta (04/12) e confirmou a realização da marcha em todo o país, dando prosseguimento às duas semanas de mobilização contra o pacote de medidas trabalhistas e previdenciárias do governo.
Nesta segunda-feira (02/12), o governo de Duque aceitou dialogar com o Comitê Nacional de Greve, mas pediu que fosse suspensa a mobilização desta quarta. O presidente da CUT, Diógenes Orjuela, esclareceu que o dia de manifestações continua, mesmo em diálogo com o governo.
"A greve não tem reversão, não cumprimos as condições impostas pelo governo, mas estamos dispostos a dialogar e fazer todas as explorações possíveis", afirmou Orjuela, de acordo com declarações dadas a Reuters.
Em entrevista ao site Notícias RCN, Nelson Alarcón, presidente da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), afirmou que os líderes sindicais estão de acordo com o início das negociações e que irão manter as atividades programadas para a greve.
"Não há nenhuma possibilidade. Nós seguiremos desenvolvendo nossas atividades como dissemos ao governo", afirmou.
Alárcon ainda disse que as conversas foram feitas "em meio aos protestos" e que por isso está "mantida a convocatória para uma grande mobilização".
Para esta quarta-feira (4), é esperada uma participação ainda maior de grupos indígenas do que na paralisação do dia 21 de novembro. Pelo Twitter, o deputado colombiano Feliciano Valencia confirmou que há delegações indígenas em Bogotá, capital do país.
Segundo a representante do movimento estudantil da Universidade Nacional, Jennifer Pedraza, o chamado às manifestações foi ampliado a fim de que houvesse "maior força em defesa das exigências do Comitê Nacional da Greve".
Diálogo
Na última quinta-feira (28/11), o Comitê Nacional de Greve na Colômbia apresentou uma lista de condições para a instalação de uma nova mesa de diálogo a fim de discutir as demandas sociais que mobilizam milhares de pessoas desde o último dia 21 de novembro.
O grupo, que reúne sindicatos, estudantes, indígenas e comunidades afrodescendentes, enviou uma carta aberta ao governo em que propunha um "diálogo inclusivo, democrático e eficaz".
(*) Com informações da Telesur.
Edição: Opera Mundi