A Assembleia Geral da ONU condenou nesta quinta-feira (07/11), pela 27ª vez consecutiva, o bloqueio norte-americano imposto a Cuba. Foram 187 votos a favor da resolução condenatória, 3 contra e 2 abstenções. Pela primeira vez, o Brasil se juntou a Israel e EUA e votou contra.
Colômbia e Ucrânia se abstiveram desta vez. No ano passado, 191 dos 193 estados-membros haviam votado pelo fim do bloqueio. Em 2016, último ano do governo do democrata Barack Obama, os Estados Unidos, que estavam em rota de reaproximação com Havana, se abstiveram e não houve votos contra a resolução.
Pouco antes da votação, o chanceler cubano Bruno Rodríguez agradeceu o apoio de outros países contra o bloqueio.
“Reconhecemos com profunda gratidão a todos os que expressaram seu rechaço ao bloqueio contra nosso país e aos que acompanharam desde sempre em nossa incessante luta pelo fim desta política”, afirmou.
Em seu discurso, o chanceler afirmou que o bloqueio norte-americano provoca danos humanitários na população da ilha. Em Cuba, "não há uma família cubana que não sofra as consequências [do bloqueio]"
"Ano após ano, a delegação dos EUA expressa, com altas doses de cinismo, que seu governo apoia o povo cubano... pode alguém acreditar que o governo norte-americano está interessado nos cubanos?", disse.
Pelo Twitter, Rodríguez afirmou que a vitória de Cuba é "um triunfo da verdade e da justiça".
Nesta quarta-feira (06/11), ocorreu a primeira sessão para discutir o projeto de resolução. Foram ouvidos os discursos dos grupos de países e membros da ONU, incluindo as delegações da China, Rússia, México, Palestina, Nicarágua e Azerbaijão, todas se posicionando contra o bloqueio.
Manifestação do presidente cubano
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse pelo Twitter que a condenação da ONU sobre o bloqueio norte-americano é uma vitória do povo cubano e das populações do mundo que acompanha a ilha na resistência.
"O bloqueio é real. E nós o derrotaremos com o apoio da comunidade internacional que hoje em grande maioria votou ao lado de Cuba. Os governos lacaios mostram onde estão suas afinidades. E eles estão sozinhos ao lado do império", afirmou.
Díaz-Canel ainda disse que os governos que votaram contra a ilha, votaram pela "continuidade do genocídio".F
Edição: Opera Mundi