A reeleição do presidente Evo Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS), para o quarto mandato à frente do Estado Plurinacional da Bolívia só foi possível graças aos votos de eleitores residentes no exterior. Imigrantes que vivem sob governos neoliberais em países vizinhos deram ao candidato vencedor uma ampla margem de diferença sobre o opositor Carlos Mesa, da Comunidade Cidadã: 61 pontos percentuais de vantagem no Brasil e 74 pontos percentuais na Argentina.
Considerando todas as urnas apuradas fora da Bolívia, o candidato do MAS obteve 120,647 mil votos contra 54,568 mil de Mesa. Sem esses votos, Morales não teria sido eleito em primeiro turno. Afinal, precisava de dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado -- a diferença no território boliviano foi de 9,81 pontos.
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Nos colégios brasileiros, os eleitores que experimentam desde 1º de janeiro de 2019 as políticas do governo Bolsonaro (PSL) deram 22,21 mil votos a Morales e 3,03 mil a Mesa. Na Argentina, sob o governo neoliberal de Mauricio Macri desde 2016, foram 80,42 mil votos para o atual presidente boliviano e 8,38 mil para o segundo colocado.
Comparações
Eleitores bolivianos residentes no Brasil ouvidos pelo Brasil de Fato às vésperas da eleição já indicavam que esse fator seria preponderante no momento do voto. A costureira Nancy Salva, por exemplo, refletiu sobre as transformações nos dois países desde que emigrou, há dez anos. No dia da eleição, Miriam Guarachi citou a alta participação de mulheres nas políticas bolivianas nos últimos anos, enquanto Luis Jacinto ressaltou que os avanços registrados na Bolívia fazem com que ele cogite voltar ao país de origem em um futuro breve.
O quarto mandato de Evo Morales começa em janeiro de 2020 e termina em dezembro de 2025.
Edição: Rodrigo Chagas