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Haddad, Dilma e trabalhadores de 40 países participam da abertura do 13º Concut

Direitos trabalhistas e futuro dos sindicatos foram temas do evento desta segunda (7); Carta de Lula foi lida à plenária

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores ocorre na Praia Grande, Litoral paulista, entre 7 e 10 de outubro
Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores ocorre na Praia Grande, Litoral paulista, entre 7 e 10 de outubro - Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas

Com o tema “Lula Livre - Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia”, começou nesta segunda-feira (7) o 13º Congresso Nacional da CUT (Concut). O evento, que acontece na Praia Grande, litoral de São Paulo, irá debater, até a próxima quinta-feira (10), os impactos da reforma trabalhista, sancionada há dois anos

A abertura contou com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleissi Hoffman (PR), e do ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. 

Segundo os organizadores, 2 mil delegados de todo o país são esperados durante os quatro dias de evento. O congresso também contará com a participação de 100 representantes de entidades sindicais e sociais, incluindo dirigentes de 40 países. 

Durante a abertura, Haddad leu uma carta enviada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lamentou o fato de não poder comparecer ao evento. O ex-mandatário brasileiro lembrou a fundação da CUT “naquele inesquecível 2 de agosto de 1983”, e disse ter um enorme orgulho “de ter ajudado a criar esta central que teve papel fundamental na defesa da classe trabalhadora, da democracia e do desenvolvimento nacional”. 

Lula também criticou o projeto neoliberal de retirada de direitos sociais e trabalhistas em curso desde que Jair Bolsonaro (PSL) assumiu a presidência. “Hoje, mais do que nunca, é necessário intensificar a luta para barrar o projeto destrutivo do governo de extrema direita, que ameaça provocar um retrocesso histórico sem precedentes”, afirmou. 

Resistência sindical

Criada em 1983 em resistência aos momentos finais da ditadura militar brasileira (1964-1985), a entidade se vê sob novos ataques, acentuados pelo governo Bolsonaro. Pensando nisso, o congresso irá abordar estratégias para mostrar à sociedade o papel das organizações sindicais. 

“É um processo difícil neste momento, e requer que a gente debata qual é a estrutura sindical necessária para enfrentar esse processo de desmonte da legislação trabalhista. Fala-se, inclusive, que já estaria em curso uma nova reforma sindical. Nós sabemos o projeto do governo federal. É um ataque, mais uma vez, às entidades sindicais”, afirmou o secretário de comunicação da CUT, Roni Barbosa, à Rede Brasil Atual

Ainda segundo ele, o aumento do desemprego serviu para submeter as pessoas a trabalhos cada vez mais precarizados. Um exemplo seria o crescimento de motoristas e entregadores de aplicativo. "Queremos conhecer melhor essas categorias e ver como é que o movimento sindical pode se inserir para ajudá-las a não serem tão explorados como estão sendo hoje”, disse.

Já para Susanna Camusso, da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL Itália), as tecnologias e o que chamou de “quarta revolução industrial” não foram criadas para incluir todas os trabalhadores. Por isso, segundo ela, é preciso mudar esse modelo. 

“Se o trabalho for, por exemplo, o Uber e 99 Taxi, o trabalhador está sozinho, não tem uma associação para apoiar. Todos são trabalhadores e temos de ter consciência dos direitos universais para todos. Os direitos dos trabalhadores são direitos humanos”, argumentou. 

Edição: Rodrigo Chagas