Temos visto uma série de ações do Governo Federal cortando investimentos na Educação em todos os níveis no Brasil. O Ceará, que tem sido destaque no desempenho escolar, como aponta sua 4ª colocação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica divulgado em 2017 pelo INEP, corre um grave risco de regredir a antigas estatísticas.
O Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC) foi desenvolvido a partir do trabalho do Comitê Cearense para a Eliminação do Analfabetismo Escolar, criado pela Assembleia Legislativa do Ceará, cujo relatório apontou grandes deficiências como o fato de apenas uma pequena minoria dos estudantes serem capazes de compreender um texto pequeno. O Programa é uma parceria entre Estado, municípios, universidades e outras entidades e tem implantado nos últimos anos políticas de estímulo a formação de professores, plano de carreira, investimento nas escolas, medidas que têm contribuído para mudar o quadro de atraso diagnosticado pelo Comitê.
Outro fator é a implantação do Ensino Integral, projeto que constrói uma nova concepção da escola onde a cooperação e o protagonismo estudantil são fundamentais. A criação de Escolas de Tempo Integral segue critérios que também ajudam a melhorar os índices, como estar em municípios populosos e com jovens em situação de vulnerabilidade social, com altas taxas de evasão e reprovação.
O Ensino Superior é outro destaque, as inovações na pesquisa têm colocado o Ceará nas principais revistas cientificas do mundo, além de criar melhores condições para a população como uma vacina contra a dengue criada na Universidade Estadual do Ceará e a utilização da pele de tilápia em casos de queimaduras graves e cirurgias ginecológicas, pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará.
É inegável o esforço para romper com a tradição de atraso na educação do Ceará, os avanços são grandes, mas tudo está ameaçado com o fim do investimento. Nossas universidades correm o risco de não poder garantir despesas básicas como conta de luz e bolsas de pesquisa que garantem a permanência de muitos estudantes. O congelamento de gastos no ensino básico ameaça a vaga de milhões de crianças e adolescentes e tornará as escolas cada vez mais precárias. É mais do que nunca papel de toda a população tomar para si o papel protagonista na defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade.
Edição: Monyse Ravena