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Parlamentares e sindicalistas são proibidos de acessar hidrelétrica durante Caravana

Grupo lembra que nem a ditadura negava acesso às instalações da estatal de energia elétrica

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Proibida de atravessar as instalações da Chesf, Caravana terá que retornar e seguir por outro percurso  para chegar a Alagoas
Proibida de atravessar as instalações da Chesf, Caravana terá que retornar e seguir por outro percurso para chegar a Alagoas - Foto: Crisvano Queiroz

Em passagem pela cidade de Paulo Afonso, na Bahia, parlamentares petistas e sindicalistas foram impedidos de visitar as instalações da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) durante atividade da Caravana da Resistência nesta quinta-feira (1). Eles denunciam que a diretoria da Companhia, indicada por Bolsonaro, segue ordem direta do presidente.

Todos os requerimentos necessários para a visita foram feitos previamente com apoio do Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia), conforme procedimento padrão existente desde a fundação da Chesf. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da companhia para obter um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até o momento. O texto será atualizado assim que houver uma resposta da direção.

Entre os parlamentares que participam da comitiva, com o lema “Caravana da Resistência: Por terra, aposentadoria digna e Lula Livre!”, estão os deputados petistas Paulo Pimenta, Carlos Veras, João Daniel, Valmir Assunção, e os senadores Humberto Costa e Rogério Carvalho. 

“Infelizmente fomos impedidos de realizar a visita que faríamos a Chesf. Isso mostra a escalada desse Estado policial, que é antessala do Estado de Exceção que o governo Bolsonaro demonstra todos os dias ao país. São três parlamentares, vários dirigentes sindicais, lideranças dos movimento sociais, que nunca foram impedidos de fazer esse tipo de visita”, afirma Pimenta, líder da bancada do PT. 

A Caravana, que segue para Alagoas, teve de dar meia volta e pegar outra rota para chegar ao estado vizinho.

Para Alexandre Conceição, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o impedimento é “mais uma ação do governo fascista de Bolsonaro”.

“Seguimos firme na nossa caravana, na luta pela democracia, e denunciando que eles querem privatizar a Chesf, as águas, mas que os sindicatos e movimentos populares, somados aos parlamentares que aqui estão, seguirão denunciando mais uma arbitrariedade desse governo, na tentativa de privatizar e precarizar o trabalho, entregar nossa riqueza natural para o capital internacional”, denuncia Conceição. 

Já o deputado João Daniel destaca que a Chesf é uma empresa construída que nem durante a ditadura militar parlamentares foram impedidos de visitar a companhia.

“É a arrogância e truculência do governo Bolsonaro, que coloca seus encarregados para cumprir a missão de privatizar e entregar empresas. Fazer com que a Chesf, que é tão importante para o Brasil, para o povo do Nordeste e para a soberania nacional, seja depredada e entregue às grandes corporações internacionais”, complementa. 

“Não sermos recebidos com o sindicato e com o líder da nossa bancada demonstra o autoritarismo, a falta de respeito e de democracia que estamos vivendo no nosso país”, alerta Daniel. 

O que é a Caravana da Resistência?

A atividade tem o molde da Caravana da Cidadania e da caravana Lula pelo Brasil, realizadas na década de 90 e em 2017, quando Lula percorria cidades de pequeno e médio porte, realizando atos públicos, visitando assentamentos e conhecendo melhor as necessidades do povo brasileiro. 

A caravana seguirá o trajeto do rio São Francisco, conhecido como rio da integração nacional, e passará pelas cidades baianas de Juazeiro, Uauá, Canudos e Paulo Afonso; pelas localidades sergipanas de Canindé do São Francisco, Poço Redondo e Nossa Senhora da Glória e por algumas cidades de Pernambuco.

O percurso da comitiva teve início nesta quarta (31) e será finalizado na sexta (2), em Caetés (PE), cidade natal do ex-presidente Lula.

Edição: João Paulo Soares