EUROPA

Reino Unido: Trabalhistas pedem segundo referendo e prometem votar contra Brexit

Jeremy Corbyn afirmou que próximo premiê deve colocar proposta para o Brexit em votação popular

|
Segundo o jornal britânico The Guardian, Corbyn enviou pronunciamento a todos os membros do partido nesta terça com o novo posicionamento
Segundo o jornal britânico The Guardian, Corbyn enviou pronunciamento a todos os membros do partido nesta terça com o novo posicionamento - Wikicommons

O líder dos trabalhistas do Reino Unido, Jeremy Corbyn, afirmou nesta terça-feira (09/07) que o próximo primeiro-ministro do país deve colocar sua proposta para o Brexit em novo referendo e acrescentou que seu partido fará campanha contra a saída britânica da União Europeia.

"Quem quer que se torne o novo primeiro-ministro deve colocar seu acordo, ou [proposta de] não acordo para a votação do público de novo. Nessas circunstâncias, o Partido Trabalhista fará campanha pela permanência contra [a proposta de] não acordo ou um acordo dos Conservadores que não proteja a economia e os empregos", disse Corbyn.

Segundo o jornal britânico The Guardian, Corbyn enviou um pronunciamento por e-mail a todos os membros do partido nesta terça-feira com o novo posicionamento. Entretanto, o partido afirma que, se o governo dos conservadores termine e os trabalhistas assumam o poder, eles irão negociar um novo acordo com a UE.

Em entrevista à emissora BBC, Corbyn afirmou que o partido ainda não decidiu o posicionamento sobre o Brexit em uma possível eleição geral, nem deixou claro se os trabalhistas agora assumem uma postura de "sair" ou "permanecer" no bloco europeu.

"Nós daremos às pessoas [a possibilidade] de escolha sobre isso. Isso é algo que claramente é importante. Nós respeitamos o resultado do referendo [de 2016]. Nós passamos por todo esse processo parlamentar nos últimos três anos e nós deixamos claro que faremos tudo que pudermos para tirar [a proposta de] não acordo da mesa ou impedir um acordo danoso do tipo que [Jeremy] Hunt e [Boris] Johnson estão propondo", disse o líder trabalhista.

Nesta segunda-feira, centrais sindicais divulgaram um documento sugerindo que o Partido Trabalhista buscasse negociar um acordo para o Brexit por conta própria e o colocasse para votação do público.

Disputa

O ex-prefeito de Londres Boris Johnson enfrenta o atual secretário das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, pela sucessão do cargo da primeira-ministra Theresa May, que anunciou sua renúncia no dia 24 de maio.

No próximo dia 23 de julho, o partido conservador escolherá seu novo líder para comandar o governo e conduzir o processo do Brexit, um dos principais fatores que levaram May a abrir mão do cargo.

Favorito na disputa, Johnson já foi chanceler da atual premiê, cargo que abandonou por não concordar com May sobre as negociações com Bruxelas. O ex-prefeito de Londres tem como admirador o presidente dos EUA, Donald Trump, e já chegou a defender a possibilidade de sair da União Europeia sem acordo.

Por sua vez, Hunt acredita que deixar o bloco sem um acordo definido seria um "suicídio político" para o partido. O chanceler recebeu apoio de antigos premiês como John Major e William Hague. Em 2016, defendeu a permanência do Reino Unido no bloco durante o referendo, mas mudou de posição ao longo do Brexit.

Inicialmente, o Reino Unido deveria ter deixado a UE no fim do mês de março. Porém, após o acordo para o Brexit apresentado por May ter sido rejeitado três vezes pelo Parlamento, Bruxelas prorrogou o prazo para o dia 31 de outubro.

Edição: Opera Mundi