Esperança

Rui Costa e Wellington Dias se solidarizam em visita a Lula

Governadores da Bahia e Piauí conversaram com o ex-presidente sobre a aprovação do Estatuto do Consórcio do Nordeste

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Governadores consideram prisão de Lula como política, posição que ganhou força após o escândalo conhecido como Vaza Jato
Governadores consideram prisão de Lula como política, posição que ganhou força após o escândalo conhecido como Vaza Jato - Joka Madruga

Dois governadores do Nordeste, região marcadamente oposicionista, foram nesta quinta-feira à Polícia Federal em Curitiba visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril de 2018. Rui Costa (Bahia) e Wellington Dias (Piauí), dois dos quatro governadores eleitos pelo PT em 2018, foram se solidarizar com Lula e enfatizar o caráter político da prisão, posição que ganhou força após o escândalo conhecido como Vaza Jato, que trouxe à tona o relacionamento considerado promíscuo entre Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato.

Na época juiz de primeira instância, Moro orientou a força-tarefa da operação, conforme se depreende das divulgações feitas até agora pelo site Intercept. Após a sentença de Moro que retirou Lula da disputa eleitoral do ano passado, cujas pesquisas liderava, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito, e o juiz acabou nomeado como ministro da Justiça e da Segurança Nacional. “Vimos estarrecidos o que foi divulgado. Precisamos exigir justiça”, disse Costa.

Os governadores, na saída da conversa com Lula, foram incumbidos de levar para seus estados um abaixo-assinado que pede a liberdade do ex-presidente. “Se tínhamos convicções da inocência de Lula, depois dos últimos fatos, fica escancarado para o mundo todo a falta de respeito à lei e à Constituição. O que foi feito não foi um julgamento, foi uma perseguição com objetivo de fazer um projeto político chegar ao poder”, disse o baiano.

Costa sentenciou de que “este é o momento da Justiça brasileira fortalecer sua imagem”. Para ele, o bom funcionamento das instituições é necessário para tirar o país de uma situação lamentável, com mais de 13 milhões de desempregados. “Que a lei e a Constituição Federal sejam respeitados. Nenhum país do mundo será forte se não tiver um Estado de direito forte, se as instituições não forem maiores do que as pessoas, do que as vaidades, do que as corporações”, disse, acrescentando que ele e Dias estiveram ali em nome dos nove governadores do Nordeste. Em 2018, além do PT, com quatro governadores (incluindo Ceará e Rio Grande do Norte), venceram na região o PSB (Paraíba e Pernambuco), o PCdoB (Maranhão), o MDB (Alagoas) e o PSD (Sergipe).

Dias, por sua vez, fez um relato mais pessoal de seu encontro com Lula. Disse que o ex-presidente é “alguém cheio de energia”. “Seguimos acreditando no povo e no Brasil. Nosso compromisso é seguir na luta. O amor vencerá. Estaremos juntos, em breve, recebendo Lula aqui fora (…) O amor vencerá”, completou.

Por fim, o piauiense falou sobre a união de governadores nordestinos com a finalidade de desenvolver a região e ultrapassar os obstáculos e desmandos de Bolsonaro. “Explicamos para ele que acabamos de aprovar o Estatuto do Consórcio do Nordeste para trabalhar políticas públicas coerentes com o legado do presidente Lula. O que incomoda ele é o momento que vive o Brasil. Momento de grandes oportunidades e o país nesta situação. Ele colocou como missão para nós levarmos a mensagem de esperança.”

Edição: Rede Brasil Atual