Violência

Dilma Rousseff lamenta morte de militante do MAB e cita "discurso de ódio" do governo

Dilma Ferreira Silva foi assassinada nesta sexta-feira (22) no Pará; polícia desconhece os motivos do crime

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ex-presidenta Dilma Rousseff enalteceu a luta dos atingidos por barragens
Ex-presidenta Dilma Rousseff enalteceu a luta dos atingidos por barragens - Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) lamentou a morte da coordenadora regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Tucuruí (PA), Dilma Ferreira Silva, nesta sexta-feira (22). Em uma nota oficial, intitulada "O assassinato de uma militante pela vida", a petista enalteceu a militância da vítima e criticou o discurso de ódio do governo Bolsonaro (PSL).

A Polícia Civil, que investiga o caso, informou que desconhece os motivos do crime.

A usina hidrelétrica de Tucuruí, construída durante a ditadura militar, é a terceira maior hidrelétrica do país -- atrás apenas de Itaipu, no Paraná, e Belo Monte, também no Pará. Ela localiza-se no rio Tocantins, a 310 km da capital Belém (PA). Cerca de 32 mil pessoas, como Silva, foram deslocadas de suas moradias para construção da barragem, e há mais de 30 anos lutam para garantir direitos.

Confira na íntegra a nota divulgada pela ex-presidenta Dilma:

Coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Dilma Ferreira Silva e membros de sua família foram assassinados nesta sexta-feira em Tucuruí, no Pará. Dilma participava havia 30 anos do movimento, desde que uma barragem acabou com a cidade em que vivia.

Em 2011, Dilma esteve em audiência comigo e me entregou um documento de reivindicações do MAB, com atenção especial às mulheres. No encontro, manifestei apoio integral do meu governo à sua luta.

O assassinato de Dilma Ferreira Silva é inaceitável. É mais um momento triste na história do MAB, que justamente hoje celebrava o “Dia Internacional da Água”. Como seus militantes dizem, “a água é para a vida, não para a  morte!”. Dilma Ferreira Silva e seus familiares são as novas vítimas da violência no campo, autorizada pelo discurso de ódio e pelo descaso do atual governo.

Edição: Daniel Giovanaz