O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (21) o fechamento da fronteira terrestre entre o Brasil e a Venezuela. A decisão ocorre dois dias após o governo brasileiro comunicar que pretende realizar uma operação, em conjunto com os Estados Unidos, com o suposto objetivo de entregar donativos ao país vizinho.
“A partir das 20 horas de hoje, quinta-feira, 21 de fevereiro, fica fechada total e absolutamente, até novo aviso, a fronteira com o Brasil”, afirmou Maduro, durante comunicado oficial exibido pelo canal estatal VTV.
Chavistas apontam que a suposta ajuda humanitária tem sido usada como estratégia do auto-proclamado presidente interino da Venezuela, para desestabilizar o governo de Maduro. O objetivo seria pressionar para que as Forças Armadas do país desobedeçam as ordens do mandatário. Os militares, no entanto, reiteram seu apoio ao governo eleito.
Ajuda humanitária
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) determinou na última terça-feira (19) que o Brasil preste apoio logístico para que caminhões conduzidos por venezuelanos busquem suprimentos médicos e alimentos em Pacaraima, na divisa entre Venezuela e Roraima. Os donativos foram angariados por Brasil e Estados Unidos.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo, declarou que as Forças Armadas não participarão da ação. No entanto, uma fonte ligada à operação afirmou ao jornal O Globo que “o que os militares brasileiros estão fazendo é trabalhar na contrainteligência” para monitorar o governo Maduro. Disse ainda que o país “está preparado para tudo, inclusive para uma eventual ação militar”.
O envolvimento do Brasil surpreendeu até a oposição venezuelana, já que o país possui a tradição diplomática de não interferir em outros Estados.
Maduro também anunciou que pretende fechar a fronteira com a Colômbia. O país, liderado pelo presidente Iván Duque, é o principal parceiro estratégico dos Estados Unidos na América Latina.
“Estou avaliando um fechamento total da fronteira com a Colômbia. Quero que ela seja uma fronteira dinâmica e aberta, mas sem provocações, sem agressões, porque estou obrigado, como chefe de Estado, chefe de Governo e comandante-em-chefe da Força Armada Nacional Bolivariana a garantir a tranquilidade e a paz”, disse.
Após o pronunciamento do presidente venezuelano, o governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL), afirmou que a fronteira entre os dois países já está fechada desde as 15 horas desta quinta.
Edição: Daniel Giovanaz