Geopolítica

Reunião da OEA rejeita reconhecer Guaidó presidente da Venezuela

Proposta da Argentina obteve apoio de menos da metade dos Estados-membros da organização

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Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, durante sessão extraordinária da OEA para discutir a situação política da Venezuela
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, durante sessão extraordinária da OEA para discutir a situação política da Venezuela - Reprodução/OEA

A sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), que discutiu ontem (24) a situação da Venezuela, reuniu 16 votos favoráveis à realização de eleições e ao reconhecimento do presidente da Assembleia Venezuelana em desacato, Juan Guaidó, como presidente do país. Fazem parte da organização 34 países e, para que a resolução fosse considerada uma declaração da OEA, seriam necessários dois terços de apoio, 23 votos.

Guaidó se autoproclamou presidente na quarta-feira (23) durante um comício em Caracas, gesto que o governo Maduro, recém-empossado para um novo mandato após a vitória eleitoral em 2018, classificou como tentativa de golpe.

O resultado ficou abaixo dos 19 votos obtidos por texto que não havia reconhecido a eleição de Maduro, há duas semanas, no dia 10, na ocasião da posse do presidente venezuelano.

México, Uruguai, Bolívia, Nicarágua e El Salvador, entre outros, reconhecem a legitimidade de Nicolás Maduro. Além desses países, há os que se recusaram a apoiar a resolução e pediram a retomada do diálogo entre governo e oposição.

A declaração de apoio a Guaidó, sugerida pela Argentina e respaldada pelo Brasil, contava com o apoio expresso de Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, que esteve presente na reunião. Na sessão, Pompeo ressaltou a importância de se preservar a integridade física de Guaidó. "Pedimos às forças de segurança venezuelanas que garantam a integridade física e a segurança do presidente interino Guaidó", disse.

O secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, disse que o principal propósito da entidade deve ser “acabar com a usurpação” do poder, em uma referência, sem citar nomes, ao governo de Maduro. Ele apelou para que os governos declarem “ilegítima” a reeleição de Maduro.

A declaração contou com a imediata rejeição de uma das representantes da Venezuela na OEA, Asbina Ixchel Marin Sevilla. "O comunicado que se leu não é uma declaração da OEA, é um simples panfleto. Não se pode enganar a opinião pública. É uma operação de propaganda que tenta justificar o golpe de Estado", afirmou a diplomata.

De acordo com a representante da Venezuela, nenhum dos atos de ontem terão validade para o governo do país. “Ontem houve na Venezuela um golpe de Estado, apoiado por países que agora querem justificá-lo aqui na OEA.

*Com informações da Nodal, Télam e Agência Brasil.

Edição: Opera Mundi