O aguardado discurso de Jair Bolsonaro (PSL) no Fórum Econômico de Davos, nesta terça-feira (22), durou menos de dez minutos. Com poucas cifras e dados, a fala do político do PSL foi caracterizada por uma defesa contundente de abertura comercial e submissão aos interesses internacionais.
Após elogiar Sérgio Moro, ministro da Justiça, e afirmar que ele é "o homem certo para o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro", Bolsonaro convidou as entidades estrangeiras a conhecer e investir no país.
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"Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias pois somos um dos primeiros países em belezas naturais mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo. Conheçam nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades, nosso Pantanal", disse.
"O Brasil ainda é uma economia relativamente fechada ao comércio internacional. Mudar essa condição é um dos maiores compromissos desse governo. Tenho certeza que até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios", prosseguiu Bolsonaro.
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Ao defender "relações internacionais dinamizadas", garantiu que um suposto "viés ideológico deixará de existir", em crítica às relações do Brasil com países da América Latina que foram fortalecidas durante os governos petistas.
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Bolsonaro também citou segurança jurídica para investimentos estrangeiros e reforçou qual era o objetivo do seu governo em Davos. "Estamos aqui porque queremos, além de aprofundar nossos laços de amizade, aprofundar as relações comerciais", enfatizou. "Temos riquezas minerais abundantes. Queremos parceiros com tecnologia para que esse casamento se traduza em progresso e em desenvolvimento para todos".
Em outro momento, o presidente reproduziu o discurso conservador de sua campanha eleitoral: "Vamos resgatar nossos valores e abrir nossa economia. Vamos defender a família, os verdadeiros direitos humanos, proteger o direito à vida e à propriedade privada".
Mesmo sem embasamento em dados, o tom liberal esteve presente em toda apresentação de Bolsonaro. "Nossas ações os atrairão para grandes negócios. Não só para o bem do Brasil, mas também para o bem de todo mundo. Estamos de braços abertos", finalizou.
Edição: Mauro Ramos