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Doria promete cortar horas extras de servidores e privatizar empresas públicas em SP

Ao apresentar equipe, governador revela que vai seguir cartilha neoliberal e conservadora

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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João Doria reclamou do sistema de som do palácio dos Bandeirantes, cometeu gafe e bajulou Bolsonaro
João Doria reclamou do sistema de som do palácio dos Bandeirantes, cometeu gafe e bajulou Bolsonaro - Governo de São Paulo/ Divulgação

Na coletiva de imprensa após a primeira reunião com o secretariado nesta quarta (2), o governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, foi econômico ao detalhar o programa de governo para os próximos quatro anos e enfático ao defender uma gestão neoliberal.

Como meta para os próximos 60 dias, o novo governador determinou que as secretarias façam planos para cortar em 30% as horas extras feitas pelos servidores em cargos de comissão. Também haverá um corte nos cargos comissionados, equivalente a 15% do valor da folha. O tucano também pediu que fossem analisadas as licitações e convênios em andamento. As mudanças estão previstas nos decretos assinados no dia da posse.

Em relação ao orçamento do governo estadual, Doria disse que o secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, ex-ministro no governo golpista de  Michel Temer (PMDB), terá dez dias para fazer uma análise da situação financeira de São Paulo e então apresentar um plano de metas.

Antes de anunciar que a ideia geral é a desestatização, ou seja, a privatização de empresas públicas, Doria cometeu uma gafe ao chamar de Meirelles de ministro e não secretário.

“Hoje o Brasil voltou a crescer com as reformas que já foram feitas como a reforma trabalhista e a criação do teto de gastos. A confiança dos investidores está voltando. E São Paulo é uma destinação para investimento. O estado tem infraestrutura, mão-de-obra qualificada e mercado de consumo”, disse o secretário Meirelles.

Dentro das atribuições do secretário, segundo Doria, está o comando do grupo de trabalho que fará a venda das empresas públicas, “seja por meio das parcerias público-privadas, concessão ou da própria privatização em programa na área rodoviária, ferroviária, hidroviária, portos, aeroportos regionais, terminais de trens”, disse o governador.

Durante a coletiva, o sistema de som do palácio apresentou diversas falhas, o microfone do governador teve que ser trocado, mas as interrupções no áudio continuaram. Irritado, Dória esbravejou. “Dá pra aumentar o áudio aqui? Tô quase gritando para falar. Tem que melhorar a qualidade do som. Se era assim antes, a partir de agora não será mais, tá claro? Na semana que vem, quero som de qualidade. Tudo aqui tem que funcionar bem”, disse o governador.

Meirelles e Doria não pouparam elogios ao presidente Bolsonaro. O governador disse que vai acompanhar o presidente na viagem para Davos, na Suíça, entre os dias 22 e 24 deste mês, para tentar negociar contratos para o estado de São Paulo. Doria disse que as prioridades de governo serão os investimentos para setores de serviços, indústria e agronegócio.

Edição: Mauro Ramos