"Nova política"

Doria traz para São Paulo equipe de Temer, pior governo da história

Governo tucano terá um terço das pastas comandadas por ex-ministros do governo Temer, com 90% de rejeição.

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Para Alencar, as nomeações demonstram que Doria possui mesmas ideias que o governo federal mais impopular do Brasil
Para Alencar, as nomeações demonstram que Doria possui mesmas ideias que o governo federal mais impopular do Brasil - Nelson Almeida / AFP

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), definiu seu secretariado nesta última terça-feira (11), com a confirmação de Henrique Meirelles (MDB), ex-ministro de Economia, como secretário da Fazenda. Meirelles é o sexto nomeado oriundo do golpe que levou Michel Temer a governo. Um terço das 20 pastas estaduais será ocupado por esses perfis. "São Paulo será a nova cara de Temer, em nível estadual", diz o deputado Alencar Santana (PT).

São casos que revelam como foram determinantes nas urnas a ausência de debates de projetos e as mentiras propagadas por redes sociais com objetivo de difundir o antipetismo. Temer, que comandou o pior governo da história recente, é rejeitado por cerca de 90% da população. Meirelles alcançou pouco mais de 1% dos votos para presidente apenas. Mas, pessoas ligadas ao governo que afundou a economia, retirou direitos dos trabalhadores, arrasou programas sociais, congelou gastos com saúde e educação por 20 anos e iniciou a entrega da Petrobras às corporações privadas estrangeiras seguem no poder, tanto do estado mais rico do país como no governo federal.  

Doria terá ao seu lado seis ex-ministros. Vinicius Lummertz (Turismo) assumirá a pasta estadual da área. Alexandre Baldy (Cidades), vai para a Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) será chefe da Casa Civil. Sérgio Sá Leitão (Cultura) e Rossieli Soares (Educação) cuidarão dessas áreas no governo tucano 

Para Alencar Santana, as nomeações demonstram que Doria "é igual ao Temer" – o governo federal mais impopular desde a redemocratização do Brasil. "O governo Doria está alinhado ao projeto que jogou o país no buraco. Se Bolsonaro é a intensificação disso no nível nacional, o Doria é em nível estadual", afirma. 

O parlamentar alerta que assim como o atual governo federal o tucano já tentou fazer a reforma previdenciária na capital e, agora, tentará trazer esse modelo de pauta para o âmbito estadual. "Ele será um governo, além de violento, com austeridade, privatização e de arrocho", critica.

As escolhas vão na contramão do discurso de João Doria na campanha eleitoral. Durante os debates, o tucano atacou o ex-candidato do MDB ao Palácio dos Bandeirantes, Paulo Skaf, quando tentou colar a imagem de Temer ao concorrente. "Não sei por que você tenta esconder que seu padrinho é Michel Temer", disse em debate na TV Gazeta.

A forma de associar de maneira negativa o adversário a Temer resultou em resposta do atual presidente, lembra o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP). "Doria usou os ataques a Temer para ganhar a eleição. Recebeu até um puxão de orelha do golpista por isso. Agora, chama Meirelles e mais cinco ministros de Temer, isso porque ele dizia que iria fazer uma gestão inovadora", ironizou, em seu Twitter.

Durante a apresentação de Vinicius Lummertz, no último dia 6, o futuro governador afirmou que pretende inovar e negou que seu governo dará continuidade ao modelo federal. "Não há continuidade. Há início do governo João Doria. Estamos falando de conceitos de mudanças, de reformas na direção de um país mais liberal e mais funcional", disse.

Edição: Rede Brasil Atual