Na virada do ano para 1994, no México, o levante do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) chamou a atenção do mundo para a questão indígena e a luta por terra e liberdade no distrito de Chiapas, no Sul do país, na fronteira com a Guatemala.
Milhares de camponeses do EZLN tomaram as ruas de San Cristóbal de las Casas e outras cidades importantes do distrito como Ocosingo, Las Margaritas, Altamirano, Chanal e Comitan, declarando oposição ao governo e ao NAFTA, tratado comercial entre México, Estados Unidos e Canadá, assinado meses antes e que entrou em vigor em 1994.
O exército de camponeses conseguiu surpreender as forças militares mexicanas com táticas de guerrilha, ampliando o apoio popular ao levante.
Após vários dias de combates na selva e nas montanhas, o presidente Carlos Salinas de Gortari, então em seu último ano de mandato, ofereceu negociações de cessar-fogo com os rebeldes liderados pelo subcomandante Marcos, após 12 dias de conflito. Ao todo, o saldo foi de 300 mortos e cerca de 250 mil pessoas participando do levante.
O EZLN surgiu em 1983, quando os rebeldes, sob a proteção das montanhas mexicanas, foram se organizando, lenta e silenciosamente, por dez anos.
Até hoje é uma das mais importantes organizações de camponeses do mundo e um exemplo de luta e resistência popular contra a pobreza e a desigualdade social.
Nas comemorações dos 25 anos do levante, o subcomandante Moisés criticou políticas do recém-empossado governo de Andrés Manuel López Obrador, do partido Morena, que qualificou como "focado na manutenção e ampliação dos privilégios dos ricos e na exploração dos pobres".
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira